O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central certamente reduzirá a taxa básica de juros (Selic) na sua reunião ordinária, marcada para amanhã e quarta-feira. Esse é o principal evento que deve orientar o comportamento do mercado financeiro esta semana

continua após a publicidade

Em maior número, no caso 57 das 61 instituições financeiras consultadas pela Agência Estado, encontram-se as projeções para um corte de 0,50 ponto porcentual. Só quatro do total de profissionais traçam seus cenários levando em conta uma redução de 0,25 ponto

De qualquer forma, para as 61 instituições e consultorias, ou a autoridade monetária se deixa conduzir pelo curso natural e favorável pelo qual passa a economia e promove a redução da taxa nominal de juros, atualmente em 15,25% ao ano, ou estará rasgando publicamente a cartilha que ela mesmo editou e recomendou ao mercado que lesse, como a ata e os relatórios

Os principais fundamentos econômicos brasileiros, de acordo com os especialistas, são todos, sem exceção, compatíveis e confiáveis a ponto de serem aceitos como avalistas da continuidade do processo de afrouxamento da política monetária, iniciado em setembro do ano passado. É uníssono o coro dos que pedem pela redução da Selic. Se falta consenso em torno desta questão, isso reside apenas no quanto o Copom deverá diminuir o atual patamar de juros: se em 0,25 ponto porcentual ou em 0,50 ponto. Se para 15% ou 14,75% ao ano

continua após a publicidade

Se a aposta majoritária do mercado financeiro, de um corte de 0 50 ponto porcentual da Selic for confirmada, o BC proporcionará algo inédito para o País: uma taxa básica em 14,75% ao ano. Mesmo que o segundo cenário,de corte de 0,25 ponto seja o escolhido, a marca de menor taxa nominal também será batida, com o juro em 15% ao ano

Nunca, desde que o Copom foi criado, em 20 de junho de 1996, a Selic atingiu esse nível. E as expectativas para o futuro, segundo a última pesquisa Focus do BC e o levantamento realizado pela Agência Estado, são de continuidade, ainda que mais branda, de queda da taxa

continua após a publicidade

Quando o BC cortou 0,50 ponto porcentual da Selic em maio, levando a taxa básica a 15,25% ao ano, conseguiu fazer com que o juro voltasse ao menor patamar, já verificado no País em janeiro e fevereiro de 2001. O atual ciclo de afrouxamento monetário teve início em setembro de 2005, quando o Copom decidiu cortar o juro nominal em 0,25 ponto porcentual, para 19,50% ao ano