Brasília – O vice-presidente e ministro da Defesa, José Alencar, procurou relativizar a responsabilidade do PT, como instituição, pelo depósito de recursos que teriam origem no chamado "valerioduto" na conta da empresa da família dele , a Companhia de Tecidos Norte de Minas (Coteminas). O suposto depósito de R$ 1 milhão foi feito em dinheiro, em pagamento parcial de um lote de camisetas usadas na campanha eleitoral de 2004. "Qualquer coisa que atinja o PT me atinge também porque fui eleito pelo PT. Eu nunca fui dos quadros do PT como filiado, mas fui candidato a vice-presidente e ninguém vota no vice. Você digita o número e o número é do titular, do PT. O número que me elegeu é o do PT, o número 13", disse Alencar, que, quando foi eleito, era filiado ao PL e agora integra o PRB.
"A instituição PT é uma instituição admirável de partido. Qualquer instituição pode ter alguma dificuldade momentânea, circunstancial, por erros cometidos por uma administração. O PT está hoje com uma administração nova, interessada em recuperar o prestígio do partido", acrescentou, ao deixar a cerimônia de entrega de medalhas do Mérito Legislativo, na Câmara. Sobre se não se sentia traído pela legenda ou se a sigla teria enganado a Coteminas ao usar recursos não-contabilizados na negociação com a empresa, ele foi categórico: "Não gosto de fazer julgamentos."
Para Alencar, "considerando as mudanças administrativas que aconteceram no partido, pode ser que tenha havido até desconhecimento do que aconteceu". O vice-presidente e ministro da Defesa disse também que a Coteminas forneceu à agremiação um recibo pelo depósito de R$ 1 milhão feito em dinheiro na conta da empresa para que o documento fosse usado nos registros contábeis do PT. "Mas nós não podemos fiscalizar a instituição compradora para ver se ela está escriturando ou não a compra ou o pagamento", justificou.