O ex-governador de São Paulo e pré-candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, voltou a criticar ontem à noite, em Cascavel, a 500 quilômetros de Curitiba, no oeste do Paraná, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, afirmando que o vandalismo visto na Câmara dos Deputados na invasão do Movimento de Libertação dos Sem-Terra (MLST) não foi um acaso. "Essas coisas não acontecem por geração espontânea. É falta de autoridade do presidente Lula", acusou.
Baseado em denúncia feita pelo senador Álvaro Dias (PSDB-PR), Alckmin afirmou que o movimento foi financiado com dinheiro público. "Eles foram visitar o presidente e ele pôs o boné do MLST, chacoalhou a bandeira e 20 dias depois R$ 1,2 milhão foram para a conta da associação (Associação Nacional de Apoio à Reforma Agrária) ligada a eles", disse o pré-candidato. "Ano passado invadiram o prédio do Ministério da Fazenda e 30 dias depois, dinheiro na conta, R$ 1,9 milhão na associação ligada ao MLST".
Para o pré-candidato nesse caso faltou autoridade para Lula, assim como considera ter faltado na questão envolvendo a Petrobrás e a Bolívia. "O presidente Lula foi dúbio e submisso", disse no programa Entrevista Coletiva, da TV Tarobá, que terminou na madrugada. "Não teve uma palavra de recriminação e ainda tentou justificar a Bolívia". Para ele, rasgar contrato é ruim para toda a América Latina. "Cria uma insegurança jurídica. Quem é que vai investir onde não tem segurança", questionou.
Segundo ele é preciso haver uma denúncia forte contra isso. Alckmin garantiu que, se o fosse presidente, teria condenado "de maneira objetiva" a expropriação dos ativos da Petrobrás. "O que vimos nesse caso foi o presidente Hugo Chávez (da Venezuela) chefe do Lula, e o Lula aceitou esse papel", criticou. Para ele foi um "absurdo" o presidente Chávez participar da reunião em Puerto Iguazu, na Argentina, em que se tratou do caso. "Isso acontece porque o governo Lula, do PT, coloca o sentido ideológico, partidário na frente do interesse nacional", afirmou.