O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) afirmou hoje que o que acontece com o chefe da Secretaria de Coordenação Política e Assuntos Institucionais da Presidência da República, Aldo Rebelo, "é alguma coisa triste na vida pública brasileira". "Aldo Rebelo não merecia o que o governo está fazendo com ele e também não deveria aceitar", opinou.
"Ele está sendo excluído. Mas excluído de uma maneira torpe, em que os próprios membros do governo mandam que ele saia", acrescentou, mencionando a lealdade de Rebelo à administração federal, mas ressaltando que essa postura não pode "chegar ao ponto da humilhação".
ACM criticou a posição do Poder Executivo em relação ao desgaste de Rebelo após a recentes derrotas no Congresso que motivaram setores do PT a sugerir que a pasta voltasse para as mãos do partido.
Em entrevista à Rádio Eldorado, o senador do PFL da Bahia criticou também o restante da equipe do Executivo, pondo em dúvida a capacidade dos ministros, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que foi acusado, novamente, por ele de "enganar" a população.
De acordo com ACM, o momento difícil verificado entre o Palácio do Planalto e o Legislativo é responsabilidade do PT e de Lula, classificado por ele como um "ator".
"O presidente da República devia saber o que faz, mas, na realidade, tudo isso é feito por um grupinho chamado núcleo duro, que toma conta do governo, e o presidente da República aparece apenas como ator dessas coisas que o governo tem feito", disse.
"Sua eleição foi a vontade do Brasil, com grande respaldo popular. Mas, na realidade, ele enganou o povo porque tudo o que ele prometeu, não fez." Não faltaram críticas também ao presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, e à indicação do senador Romero Jucá (PMDB-RR) para o Ministério da Previdência Social, os dois envolvidos em denúncias de irregularidades.
"Por que o governo fez a nomeação? O governo não tem um órgão como a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) para procurar isso antes de fazer a nomeação? O governo tem um ministério que você tira cinco ou seis homens decentes que estão sérios e à altura do cargo", lamentou.
Entre os diversos comentários negativos feito ao Planalto, o senador do PFL poupou apenas o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, considerado por ele como "o verdadeiro dirigente do BC".
"Na realidade, o Banco Central é dirigido pelo ilustre ministro da Fazenda, que, sem dúvida, é um homem que tem prestado serviços ao País. É das raras exceções que o governo tem no ministério."
ACM disse também que não condena a atitude do Executivo de vetar o projeto de lei que autorizava o reajuste salarial de 15% ao funcionários do Legislativo e do Tribunal de Contas da União (TCU), mas informou que o líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), foi o relator da matéria.
"O relator era o líder do governo, logo, o governo estava favorável", observou. "Não sou contra o veto porque acho que a carreira no Legislativo e no Judiciário ganha bem mais que no Executivo ", ressaltou.
