Para a CUT, importação de produtos causaria perda de 2 mi de empregos

Brasília ? O país iria perder 2 milhões de empregos se o governo brasileiro aceitar uma redução de 50% da tarifa sobre a importação de produtos industrializados, como foi proposto há alguns meses pelo Ministério da Fazenda. A estimativa está em um estudo de Central Única dos Trabalhadores (CUT), apresentado esta semana, durante a 6ª Reunião Ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC), que acontece em Hong Kong.

O presidente da CUT, João Felício, considera que o governo brasileiro tem tido uma posição dura nas negociaçõs para proteger os interesses do país. Mas teme que alguma consessão em troca da abertura do mercado agrícola possa afetar a indústria nacional.

"Em qualquer processo de negociação que se faça, deve se levar em consideração a soberania do Brasil e o emprego. Jamais negociar uma redução de tarifa que possa levar ao esfacelamento da indústria nacional e à redução do número de postos de trabalho", afirmou, em entrevista à Agência Brasil. A CUT participa das discussões da OMC como observadora, acompanhando a delegação do governo brasileiro.

"Poderíamos ter diversos ramos da produção nacional numa situação difícil, porque os produtos entrariam no país com relativa facilidade, baratos, em condições de competição com a produção nacional", disse. Para ele, um setor que não poderia entrar na generalização da redução das tarifas seria o de calçados, que perdeu mercado no Brasil.

No caso de pequenas reduções de tarifa, a entidade não se oporia. "Você cortar um pouco, desde que garanta a exportação dos produtos brasileiros, é uma negociação boa. O que não é defensável é um corte brutal, como o que vinha sendo apresentado recentemente pelo Ministério da Fazenda", destacou.

Felício defende, no entanto, que as reduções, caso ocorram, não sejam iguais para todos os ramos. "A boa negociação é quando se ganha espaço no exterior, mas levando em consideração os diversos ramos da atividade industrial, garantindo a produção nacional", considerou.

Antes de viajar para Hong Kong, Amorim apresentou uma proposta diferente da estudada pelo Ministério da Fazenda. Em reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, disse que o único "aceno" que o Brasil faria na área industrial é a redução da tarifa média de 10,8% para 9,9%.

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