Paquistão nega pedido à Otan para negociar com Taleban

O governo do Paquistão negou nesta quinta-feira (30) o teor de uma reportagem segundo a qual o chanceler do país teria pedido aos governos que integram a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) que negociassem com a milícia fundamentalista islâmica Taleban o estabelecimento de um governo de partilha de poder no Afeganistão e evitassem enviar mais soldados à nação centro-asiática.

O jornal britânico Daily Telegraph publicou que o ministro das Relações Exteriores do Paquistão, Khurshid Kasuri, teria conversado em particular com chanceleres dos países que compõem a Otan e dito que o Taleban estava vencendo o conflito no Afeganistão, motivo pelo qual a aliança atlântica deveria trabalhar na formação de uma nova coalizão de governo em Cabul que exclua o atual presidente afegão, Hamid Karzai.

A reportagem veio à tona na esteira de uma reunião de cúpula realizada em Riga, na Letônia, na qual os líderes da Otan não chegaram a um acordo para reforçar seu contingente nas áreas onde há confronto direto com rebeldes supostamente vinculados ao Taleban e à rede extremista Al-Qaeda, liderada pelo milionário saudita no exílio Osama bin Laden. De acordo com um comunicado divulgado hoje em Islamabad pelo Ministério das Relações Exteriores do Paquistão, o jornal britânico teria "distorcido e deturpado" as declarações de Kasuri.

"O ministro de Exterior não disse em nenhum momento que o Taleban estava vencendo a guerra no Afeganistão nem que a Otan estaria perto de fracassar. Ele também não recomendou a nenhum país que não enviasse mais tropas", diz a nota. "O ministro de Exterior enfatizou que a abordagem militar sozinha não será capaz de resolver o problema no Afeganistão. Ela deve ser combinada com abordagens política e econômica", conclui o documento.

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