O Vaticano confirmou que o papa Bento XVI levará como uma das suas principais mensagens ao Brasil a necessidade de uma proteção e direito à vida. O anúncio é interpretado no Vaticano como uma mensagem de que a Igreja se mobiliza contra o aborto na América Latina. Depois da aprovação do aborto na Cidade do México, o tema ganha espaço no Brasil. O que a Igreja chama de ?direito à vida? inclui ainda a crítica à eutanásia. O governo aguarda com impaciência para saber qual tema Bento XVI escolherá para tratar com maior profundidade com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Pelo protocolo do Vaticano, chefes de Estado não pautam o papa e podem, no máximo, enviar sugestões de temas que queiram conversar. ?Não dá para dizer o que papa deve falar ou não?, disse um diplomata na Santa Sé. O Vaticano garante que a mensagem sobre o direito à vida será ?muito forte?. O papa pediu que alguns de seus compromissos nos últimos dias fossem cancelados para que pudesse trabalhar nos discursos que fará no Brasil.
O secretário de Estado do Vaticano, Tarcisio Bertone, confirmou ontem que o papa tratará do ?direito à vida? no Brasil. Segundo ele, a América Latina dá ?grandes sinais de esperança, de crescimento missionário e de empenho laico?. Para ele, a visita do papa permitirá ?relançar a evangelização, a solidariedade e a justiça no continente?. A fuga de católicos para seitas evangélicas será outro tema. Ainda segundo Bertone, o papa concentrará suas declarações sobre o combate à pobreza, as desigualdades e a violência no mundo, de modo que as mensagens ?possam chegar tanto aos católicos quanto às forças políticas?.