O presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o papa Bento XVI se reuniram nesta terça-feira (13) no encontro de mais alto nível entre Moscou e o Vaticano em mais de três anos. O pontífice e Putin centralizaram sua pauta em maneiras de diminuir as tensões entre os católicos romanos e os cristãos ortodoxos e em uma plataforma comum para denunciar a intolerância e o extremismo.
Mas um comunicado emitido pela Santa Sé após o encontro entre os dois – cerca de 25 minutos de conversa privada – não mencionou nenhum convite feito por Putin para que o papa visite a Rússia, refletindo, assim, o desconforto por parte da Igreja Ortodoxa Russa sobre o tema. O porta-voz do Vaticano, reverendo Federico Lombardi, disse que uma visita do pontífice a Moscou não esteve entre os assuntos tratados.
Mesmo assim, o encontro parece ter agradado ao Vaticano, que no comunicado afirmou que "foi realizado num clima muito positivo". Falando em alemão, sua língua nativa, Bento XVI desejou a Putin "calorosas boas-vindas ao Vaticano". O líder russo agradeceu também em alemão.
A reunião – a primeira entre Bento XVI e Putin – faz parte de um giro que levará o presidente russo à Itália e à Grécia durante esta semana. Putin chegou à base aérea Pratica di Mare, próxima a Roma, na tarde de hoje.
Uma possível visita do papa à Rússia deve gerar tensão com a Igreja Ortodoxa. A igreja russa acusa a Católica de tentar pregar e converter em áreas tradicionalmente pertencentes à primeira. O Vaticano rejeita as acusações de proselitismo, afirmando que deseja apenas cuidar de seu pequeno rebanho católico na Rússia. Uma disputa centenária por terras e propriedades também ajuda a afastar as duas igrejas.