O papa Bento XVI apelou hoje por respeito entre as religiões enquanto lamentava o assassinato de um freira italiana na Somália, possivelmente relacionado à ira de muçulmanos com suas recentes declarações sobre o Islã e o profeta Maomé.
"Voltando a denunciar com firmeza todas as formas de violência, a sua santidade espera que o sangue derramado por tão fiel discípula do evangelho se torne a semente da esperança para a construção de uma verdadeira irmandade entre os povos e o respeito mútuo pelas convicções religiosas de cada um", de acordo com um telegrama papal de condolências publicado pelo Vaticano.
A freira de 65 anos, que ensinava e realizava outros trabalhos no hospital infantil de Mogadiscio, foi assassinada ontem. Ninguém assumiu a autoria, mas muitos especularam que a morte está relacionada à raiva muçulmana em relação ao papa.
Em discurso na semana passada na Alemanha, o papa citou um texto medieval que caracterizava os ensinamentos do fundador do Islã como "malignos e desumanos" e relacionava o Islã com a violência. Horas antes da notícia sobre o assassinato da freira, o papa "lamentou muito" que muçulmanos se sentiram ofendidos pela citação, e disse que o texto não refletia sua opinião pessoal.
