O Papa Bento XVI volta a atacar a união entre homossexuais, qualificando-a como uma "ferida", e faz um alerta aos sacerdotes: a Igreja não está pensando em reformar a lei do celibato apostólico. Em seu discurso na Catedral da Sé para os bispos brasileiros, o pontífice não deixou de reconhecer, porém, que "os tempos são difíceis para a Igreja e muitos dos seus filhos estão atribulados".
Para o Papa, "a vida social está atravessando momentos de confusão desnorteadora". "Ataca-se impunemente a santidade do matrimônio e da família, iniciando-se por fazer concessões diante de pressões capazes de incidir negativamente nos processos legislativos", disse. Assim como fez no primeiro dia de sua viagem ao Brasil, criticou a legalização do aborto. "Justificam-se alguns crimes contra a vida em nome dos direitos da liberdade individual", disse. E ainda ressalta: "alastra-se a ferida do divorcio e das uniões livres". "Como não sentir tristeza em nossas almas?", questionou.
No que se refere ao celibato apostólico, o Papa demonstrou que não aprova qualquer questionamento desse princípio "no seio da Igreja". O pontífice alerta, no caso dos jovens sacerdotes, que um "assíduo acompanhamento espiritual é indispensável para favorecer o amadurecimento humano e evita os riscos de desvios no campo da sexualidade", disse. "O celibato é um dom que a Igreja recebeu e quer guardar, convencida de que ele é um bem para ela e para o mundo", concluiu.