Liberdade religiosa, proselitismo das seitas, legislação contrária à família, migrações, formação da opinião pública, educação e secularismo. Esses são os principais desafios pastorais e sociais que, por determinação do papa Bento XVI, os bispos deverão debater na 5ª Conferência Geral do Episcopado da América Latina e do Caribe, em Aparecida (SP). A reunião, que vai durar 19 dias e terá a participação de representantes de 40 países, será aberta pelo papa na tarde de 13 de maio.

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No sábado, ao receber em audiência 20 núncios apostólicos (embaixadores da Santa Sé) de países latino-americanos, Bento XVI afirmou que numa hora em que ?as nações da América Latina se sentem como irmãs e tentam se converter em uma comunidade, a Igreja está em sintonia com toda aspiração legítima dos povos a uma harmonia e cooperação maiores?.

Sem citar exemplos, Bento XVI manifestou o desejo de que sejam definidas, quanto antes, as relações com ?aqueles países latino-americanos cujas Constituições se limitam a conceder liberdade de credo e de culto, mas não reconhecem a liberdade religiosa?.

Depois de sublinhar que a Igreja católica é a instituição que tem maior credibilidade entre os povos latino-americanos, Bento XVI afirmou que ?a ajuda aos pobres e a luta contra a pobreza são e continuarão a ser prioridade fundamental?.

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O papa lamentou que essa presença enfrente hoje ?o proselitismo das seitas e o crescimento da influência do secularismo hedonista pós-moderno?, enquanto ?a família parece ceder às pressões de lobbies capazes de interferir negativamente nos processos legislativos?.

Bento XVI recordou que seu antecessor, João Paulo II, chamava a América Latina de ?continente da esperança?. A região tinha, em 2005, cerca de 430 milhões de católicos, ou 80% da população, de acordo com o professor Fernando Altemeyer, da PUC de São Paulo.

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