Brasília – O estado do Rio de Janeiro vai testar, durante os Jogos Pan-Americanos, um projeto que poderá ser o início ?de uma virada na política de segurança pública do país?, segundo avaliação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao falar sobre o tema durante entrevista coletiva nesta terça-feira (15) no Palácio do Planalto. Sem detalhar o novo plano, Lula disse que a experiência poderá continuar no estado após o término dos jogos, e se referiu ao projeto como ?possivelmente a mais importante experiência na área de segurança pública?.

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O presidente Lula informou que até o final deste mês receberá do ministro da Justiça, Tarso Genro, as diretrizes para um novo programa de segurança pública, cujo sucesso, segundo ele, vai depender da parceria entre os governos federal e estaduais.

Lula reafirmou que as medidas para reduzir a violência passam por ações na área social. Segundo ele, um dos principais focos deve ser o jovem que não estuda nem trabalha. ?É um conjunto de coisas que nós temos que fazer, e o primeiro deles é tentar recuperar a juventude brasileira, recuperar sobretudo aquele estoque que está aí, que é resultado de todas políticas dos anos 80, um estoque de jovens de 24 anos, de 20 anos, que estão sem estudar e estão desempregados, é um estoque muito grande?, disse.

Segundo o presidente, atualmente mais de 900 mil jovens recebem auxílio ou ajuda de custo para que voltem a estudar, por meio de iniciativas como o Programa Nacional de Inclusão de Jovens (ProJovem), o Consórcio Social da Juventude, o Programa Soldado Cidadão e o Escola de Fábrica.

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O presidente Lula também citou a desagregação familiar como fator que tem reflexos na área de segurança pública. ?Tenho consciência, e foi um dos assuntos que eu conversei com o Papa, que nós vamos precisar não apenas discutir a questão da juventude, mas discutir também a questão da família brasileira, porque eu acho que há um processo de desagregação da estrutura social a partir da desagregação da estrutura familiar em muitos lugares nesse país?.

O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) é uma forma do Estado estar presente nas regiões mais carentes do país, o que também pode ter reflexos positivos na redução da criminalidade, de acordo com o presidente. Ele destacou que as regiões metropolitanas, ?consideradas mais nervosas do país?, terão prioridade para receber os R$ 40 bilhões que o PAC destina a saneamento básico e urbanização de favelas.

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"Quando o Estado desaparece, o crime organizado aparece, o narcotráfico aparece, oferecendo coisas que o Estado brasileiro poderia oferecer", disse o presidente.