A decisão sobre a renovação do acordo entre Brasil e o Fundo Monetário Internacional (FMI) só será tomada em outubro, informou há pouco o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, salientando que, se for feito um novo acordo, será em novas bases. “Nós não podemos apenas nos queixar do Fundo, como muitas vezes fazemos, porque o Fundo foi importante, emprestando mais de US$ 30 bilhões para que nós pudéssemos superar esse período de maiores dificuldades”, afirmou Palocci. “Eu já conversei inclusive com autoridades do FMI informando que, na hipótese de termos um novo acordo, a pauta será diferente”, disse Palocci.

Palocci lembrou que o horizonte em 2002 era de crise e desordem da economia e hoje a crise está vencida e se vislumbra a possibilidade de crescimento. “Agora, não é adequado nem para o Brasil nem para o Fundo fazer um acordo quando ele é desnecessário”, afirmou o ministro.

Para ele, o Brasil está seguro, com reservas em torno de US$ 48 bilhões. “Eu acho muito seguro termos estas reservas”, disse Palocci, “mesmo porque não há no horizonte a expectativa de problemas que possam comprometer as nossas divisas”.

O ministro participou de debate sobre crescimento econômico promovido pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), em São Bernardo do Campo. O presidente da Central, Luiz Marinho, quando questionado sobre as declarações do ministro, comentou que a posição da CUT é clara. “Se for para renovar o acordo com o Fundo Monetário Internacional no mesmo conteúdo, o Brasil não deve renovar”, disse Marinho.

Segundo o presidente da CUT, “o Fundo precisa estar aberto para fazer acordos que admitam um processo de crescimento no país para ser possível a renovação”.

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