O ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci, agora candidato a deputado federal pelo PT de São Paulo, criticou hoje o que chamou de "conflito político exacerbado" no País e pediu "um processo eleitoral mais equilibrado", em sua primeira entrevista após deixar o período de quarentena. Para romper o silêncio e dar largada em sua campanha, Palocci falou por 51 minutos à rádio CBN Ribeirão Preto, da cidade que governou duas vezes.

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Na opinião do ex-ministro, foi justamente o conflito político, que causou sua saída do governo, após as denúncias de quebra de sigilo ilegal do ex-caseiro Francenildo Costa. "Seria melhor que nós tivéssemos um processo eleitoral mais equilibrado, com mais debate dos temas que interessam ao País", disse Palocci. "E o que a gente vê é muita briga, muito conflito, muitas acusações de todos os lados e não sei se isso é o melhor para que o eleitor possa escolher seus representantes", completou.

Ainda sobre sua saída da Fazenda, Palocci explicou que foi a conseqüência da segunda turbulência enfrentada por ele no cargo mais importante da economia brasileira. "Enfrentei duas tempestades: a econômica e a turbulência política, quando a crise chegou ao ministério e criou uma situação que inviabilizou minha permanência", afirmou.

Palocci reconheceu que participar do governo federal é uma tarefa difícil e pesada. Na maior parte da entrevista, o ex-ministro, relatou feitos considerados positivos do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Ao falar sobre economia, Palocci retomou o discurso do controle da inflação, do aumento de renda e da geração de empregos. Também disse achar "preferível que os bancos estejam em equilíbrio do que em situação de crise", num recado direto para os críticos das altas taxas de juros. "No governo anterior, foi preciso socorrer os bancos no Proer, colocando bilhões de recursos do tesouro. Por isso, prefiro bancos equilibrados que em crise.

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Palocci reconheceu ainda as dificuldades da realização das reformas previdenciária, tributária e política no País. Após elogiar o ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues, afirmou que o setor vive uma situação contraditória, na qual alguns setores, como os de café, suco de laranja, açúcar e álcool, batem recorde de ganhos e outros, como o da soja, não estão no melhor momento.