O ministro do Desenvolvimento, Indústria e comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, disse hoje que o seu mandato como ministro está chegando ao fim. "Ao longo de quatro anos da vida pública, na minha primeira experiência no setor público, que está prestes a terminar, eu percebi que a velocidade das decisões, das ações práticas e da colheita dos resultados é muito maior no setor privado do que no setor público", disse Furlan em seminário na Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio da Câmara para discutir o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Após a apresentação, o ex-ministro da Fazenda, deputado Antonio Palocci (PT-SP), pediu a Furlan que permaneça no governo.

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Segundo Palocci, Furlan tem todo o direito, por motivos pessoais ou profissionais, de encerrar o mandato, mas caso venha a mudar de idéia, disse o ex-ministro, terá o apóio dos 513 deputados. Palocci disse que Furlan foi fundamental para a melhoria das contas externas brasileiras, que no passado deixavam o Brasil sujeito da grandes vulnerabilidades. "Seria importante a sua permanência", disse Palocci, sendo muito aplaudido pelos deputados e outros participantes no seminário. O presidente da Comissão, deputado Wellington Fagundes (PR-MT) brincou dizendo que o seminário se tornaria "o dia do fico".

O ministro Furlan não respondeu diretamente ao apelo de Palocci, mas lembrou que ele foi o primeiro ministro do Desenvolvimento a ficar quatro anos no cargo. Furlan destacou ainda que nenhum outro ministro também conseguiu manter um diálogo com o ministério da Fazenda. Ele contou que o ex-ministro Palocci reclamava que ele "vivia cutucando". E, em seguida, defendeu-se dizendo que o seu papel era esse. "Vai doer, mas não vai machucar o meu colega", disse ele, fazendo analogia com o jogo de esgrima em que, segundo ele, os adversários se cutucam, mas não perfuram um ao outro. Furlan agradeceu o diálogo mantido não só com Palocci, mas também com o ministro Guido Mantega, que, segundo ele, foi fundamental para que pudesse cumprir o seu papel.

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