O ministro da Fazenda, Antônio Palocci, disse hoje (31) que a solução encontrada em torno da Medida Provisória 232 ", de criar um projeto de lei para substituir a MP, deixa o governo numa posição "confortável" sob o ponto de vista do orçamento. "Esse é um debate que gerou muita polêmica, precisava prosseguir e os líderes nos solicitaram que o lucro presumido para o setor de serviços fosse retirado do projeto", disse Palocci. "Consideramos essa postura ponderada, equilibrada e razoável." , disse o ministro, que está em Madrid, na Espanha, para participar do encontro de primavera do Institute of International Finance (IIF), entidade que congrega os principais bancos do mundo.

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Na avaliação de Palocci, algumas pessoas estavam entendendo equivocadamente que o governo pretendia, com as medidas complementares, compensar todo o Imposto de Renda. "Quando decidimos a redução do Imposto de Renda, houve uma decisão de perder R$ 2,5 bi e compensar parte disso com as medidas para manter eqüilibrado o orçamento", disse. Segundo ele as medidas compensariam cerca de R$ 800 milhões neste ano e cerca de R$ 1,8 bilhão em 2006. "O governo está confortável, mas evidentemente há uma perda pois o conjunto do projeto de lei mais a MP não equilibra a arrecadação, mas essa era uma perda encaixada anteriormente", disse, "A MP não compensava 100% do IR desde o início."

Segundo Palocci, o governo poderia ter aprovado a MP, mas preferiu optar pelo diálogo. "A medida poderia passar, tanto o governo tem maioria que evitou um fatiamento dela como estava sendo proposto pela oposição.", disse. "O governo não tem que exercer maioria nesse momento, quer promover o debate, é assim que se faz o processo democrático".

Palocci reafirmou que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva não elevou a carga tributária. "Os números provam isso, o PIB nominal divulgado hoje (31), de R$ 1,769 trilhão, significa que a carga tributária do governo federal em 2004 atingiu 16,21%, sendo de novo menor do que a de 2002 (no governo anterior), de 16,34%", disse. "Estamos conseguindo manter o nosso compromisso de não elevar a carga tributária a partir da referência de 2002."

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Ao ser questionado sobre as críticas à carga de impostos no País, o ministro disse que "há uma sensação" de aumento de carga tributária. "Fizemos no ano passado 21 medidas de redução de tributo e uma medida de majoração", disse. "O debate foi sobre essa medida, acho normal isso", disse. "As pessoas reagem por dois motivos: primeiro porque trata-se de imposto, algo que nunca agrada, e segundo porque a carga tributária brasileira está num nível elevado." Ele reafirmou, no entanto, que a "carga tributária é oficialmente menor do que em 2002".