Palocci já articula campanha de Lula, diz Jacques Wagner

Salvador – O ministro das Relações Institucionais Jaques Wagner classificou de "totalmente fantasiosas" as informações segundo as quais seu colega Antonio Palocci não será o coordenador da campanha de reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Acho que ele (Palocci) terá uma atuação na coordenação e na articulação da campanha e para isso poderá se afastar do ministério em junho", disse na manhã de hoje (11) durante uma reunião no Diretório Regional do PT em Salvador com petistas baianos que discutiram a candidatura de Wagner para o governo da Bahia.

Conforme o ministro, nessa fase de pré-campanha, Palocci, mesmo na pasta da Fazenda, devido ao seu bom diálogo com empresários e governadores "já faz um processo de articulação política e é óbvio que estando no ministério com sua equipe bem montada, pode estar ajudando inclusive na elaboração de programas de governo", comentou. Depois, nos quatro meses que antecedem a campanha presidencial, "quando a coisa pega", conforme Wagner, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve decidir se Palocci precisa se afastar do cargo (de ministro da Fazenda) temporariamente para "se fazer mais presente na campanha".

A torcida de Jaques Wagner para que o colega seja mesmo o coordenador seria perfeita para não estragar os planos do ministro das Relações Institucionais de tocar o seu próprio projeto político como candidato a governador da Bahia. "Preciso atender a uma liturgia e só anunciar oficialmente minha candidatura em março, quando vence o prazo para os integrantes do governo que quiserem participar das eleições se desincompatibilizarem do cargo, mas tenho mantido contatos com partidos aliados e acho que meu nome vai unir as oposições na Bahia", disse.

A única possibilidade de Wagner desistir da candidatura é se Lula insistir em colocá-lo na coordenação da campanha. Os petistas baianos já elaboraram inclusive um calendário de eventos, principalmente seminários no interior do Estado com a participação de Wagner que começa no dia 18 na cidade de Vitória da Conquista.

Indagado se pretende chamar para seu palanque o ex-ministro José Dirceu, Wagner acha que a participação dele na sua campanha e da própria reeleição do presidente Lula deveria se restringir "às idéias". "Acho que no final da investigação da CPI (dos Correios) nada será provado contra Dirceu, mas devido a tudo que ocorreu ele não terá um papel de proa na campanha, embora acredito que deve participar de debates".

Wagner entende que o próprio Dirceu tem a compreensão política de não subir no palanque para evitar ser atacado pelos adversários do PT.

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