O economista sênior do banco Dresdner Kleinwort Wasserstein (DKW), Nuno Camara, acredita que o ministro da Fazenda, Antônio Palocci, permanecerá no cargo. "Está claro que a pressão sobre o ministro é em boa parte uma manobra da oposição e se ele sair, esse não será o fim da crise, com o tiroteio se voltando para o presidente Lula, que está ciente disso", disse Camara à Agência Estado.
"Além disso, Palocci é competente tanto no gerenciamento econômico como também como no âmbito político, qualidades fundamentais para o governo nesse ano eleitoral."
Segundo o analista, os agentes de mercado sabem que nenhum dos possíveis substitutos de Palocci reúne suas características. "Por isso esse nervosismo hoje no câmbio e nos juros futuros", disse.
Camara ressaltou que a extensão da crise política é um fator de preocupação para as perspectivas de longo prazo do País. "A agenda do país está parada há mais de dois anos e deverá continuar assim até o final de 2007", disse. "O Brasil precisa de reformas para consolidar os avanços dos últimos anos."