Brasília (AE) – O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, afirmou hoje, em depoimento à Comissão de Finanças e Tributação da Câmara, que é difícil para o Banco Central (BC) saber de todos os empréstimos que são realizados no sistema financeiro. A declaração foi uma resposta ao questionamento do líder do PFL na Casa, Rodrigo Maia (RJ), sobre o fato de o BC não ter tomado providências em relação a movimentações dos Bancos BMG e Rural.
Mas, segundo Palocci, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), em 2003, informava ao Ministério Público (MP) de São Paulo sobre procedimentos irregulares desses bancos.
De acordo com ele, a ação do Coaf refletia mudanças realizadas naquele ano para melhorar a ação do órgão no combate a irregularidades. Palocci também respondeu a denúncias envolvendo formação de caixa dois em Goiânia, por meio da empresa Interbrazil.
Conforme o ministro da Fazenda, o IRB-Brasil Re, em 2004 questionou o modo de proceder daquela empresa e não aceitou fazer o resseguro da operação com a Companhia Energética de Goiás (CEG).
"O IRB foi zeloso lá atrás. Antes das denúncias surgirem ele já se precavia", afirmou, acrescentando que o IRB foi derrotado nessa questão na Justiça, o que considerou excesso de zelo por parte da instituição.
Palocci afirmou que, apesar da derrota no Judiciário, posteriormente, a Superintendência de Seguros Privados (Susep), vinculada ao Ministério da Fazenda, assim como o IRB, determinou a extinção da Interbrazil.
"Não vejo relação de privilégio numa empresa que foi extinta", disse. O ministro disse também que o tempo para esse procedimento é demorado porque é preciso seguir as normas que regem a Susep.
Palocci reafirmou o compromisso de investigar todas as acusações, o que foi determinado pelo presidente Lula Luiz Inácio Lula da Silva. "Vamos tomar todas as providências para apurar, cabalmente, as denúncias contra quaisquer órgãos", garantiu, voltando a declarar que o governo tem trabalhado na melhoria dos órgãos de controle interno.