Palocci admite estudo, mas não dá prazo

O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, indicou hoje (1) que não tem pressa em
adotar medidas na área cambial. Ele evitou comentar a declaração do ministro do
Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, de que ainda neste mês o governo
determinaria o alongamento do prazo para que exportadores transformem em reais
os dólares obtidos em suas transações no exterior. "Nós só falamos de medidas
econômicas quando são tomadas", afirmou. "O adequado é que possamos avaliar as
proposições que existem hoje sobre isso e, assim que formos tomar alguma medida,
ela será devidamente anunciada". Ele disse que há, de fato, estudo de medidas
para modernizar as regras de câmbio. Mas não se comprometeu com prazos para
anunciá-las.

O alongamento no prazo de internalização dos dólares das
exportações vem sendo defendido por Furlan desde o final do ano passado como uma
medida para conter a queda da moeda norte-americana ante o real e preservar a
competitividade das exportações. É uma visão diferente da que os técnicos do
Banco Central e do Ministério da Fazenda têm dessa mesma medida. O BC vem
estudando o alongamento já há alguns meses, mas como uma forma de modernizar
essa legislação, herança da crise cambial do final dos anos 80. Os técnicos
acham que o alongamento do prazo não irá, necessariamente, fazer o dólar subir –
tudo depende de o exportador decidir esperar com dólares na mão ou
não.

Além do mais, a equipe de Palocci insiste que a queda do dólar não é
um problema brasileiro, mas global. Por isso, defende que não é o caso de agir
pontualmente. "A questão da desvalorização do dólar não é um caso brasileiro. O
mundo todo está lidando com esse problema hoje. Não é uma medida isolada que irá
resolver a situação do dia para noite", destacou uma fonte ligada ao
assunto.

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