São Paulo (AE) – "Eles não são aqueles tontões de antigamente, que usavam calções abaixo do joelho". A frase é de Candinho, que via no Deportivo Táchira um time venezuelano competitivo, nada inocente como no passado recente. Errou Candinho. O Táchira é mesmo um bando de "tontões". Por isso foi goleado pelo Palmeiras por 3 a 0, nesta quinta-feira, no Palestra Itália.
A vitória folgada deu ao time a liderança isolada do Grupo 4 da Libertadores, com quatro pontos. No outro jogo da chave, o Santo André apenas empatou por 2 a 2 com o Cerro Porteño no ABC.
No Parque Antártica, não foi nada complicado para o Palmeiras iludir os "tontões". Com 12 minutos de jogo já vencia por 2 a 0, gols de Kloker (contra) e Osmar. Tudo muito simples, sem muito esforço.
O primeiro gol saiu aos 10 minutos. De um cruzamento de Lúcio, Osmar desviou e a bola bateu na trave. No rebote Cuevas deu um chutão, a bola bateu em Kloker e entrou. Uma grande trapalhada.
Quando os venezuelanos ainda estavam atordoados com o gol, Magrão combinou com Diego Souza pela ponta-direita e a bola chegou em Osmar. Bastou arrumar para o pé esquerdo e mandar com força para a rede.
Fácil demais. O Deportivo Táchira, naquela altura, não sabia se estava no Palestra ou perdido em uma rua de São Paulo. Seus jogadores não encontravam os adversários.
Sempre pelas laterais, com Lúcio e Corrêa, o Palmeiras chegava sem nenhum incômodo na linha de fundo. Para desespero da torcida, os cruzamentos dos laterais não caíam no lugar certo. Quando a bola vinha boa, Osmar e Ricardinho não completavam para o gol.
Foi assim até o final do primeiro tempo. Na volta do intervalo, os palmeirenses já pediam por Pedrinho. Eles foram atendidos aos 13 minutos. Pedrinho entrou no lugar de Ricardinho. A festa ficaria ainda mais animada no Palestra.
Os "tontões" continuavam perdidos. Tão atônitos que Cuevas, sem dó, deu um tapa no rosto de Magrão. O árbitro o mandou para o chuveiro, aos 16 minutos. E o jogo que era todo do Palmeiras ficou ainda mais a seu favor. Goleada à vista.
Pedrinho dava trabalho para o velho goleiro Dudamel, mas a bola não entrava. Candinho trocou Osmar por Cristian. O time ficou ainda mais encorpado, mas sem ninguém na grande área. Até que, aos 31, resolveu substituir o meia Diego Souza pelo atacante Warley.
Sete minutos depois, Cristian "chapelou" Kloker e bateu cruzado para o gol. Dudamel rebateu e Warley, em posição duvidosa, mandou para a rede: 3 a 0, aos 38.
A vitória estava consumada e a torcida – quase 17 mil pessoas – satisfeita. Tão satisfeita que passou a gritar: "É Cianorte! É Cianorte!", uma ironia dirigida ao outro Parque. A noite foi completa para os palmeirenses. E sem briga entre os vândalos das facções organizadas.
FICHA TÉCNICA
PALMEIRAS 3 X 0 DEPORTIVO TÁCHIRA
Palmeiras: Marcos, Daniel, Nen e Gláuber; Corrêa, Marcinho, Magrão, Diego Souza (Warley) e Lúcio; Ricardinho (Pedrinho) e Osmar (Cristian).Técnico: Candinho
Táchira: Dudamel, Pellin (Chirinos), Kloker, Alvarado e Cuevas; Bidoglio, Chacón, Muñoz (Pérez) e González ; Jesus Marques (Rivas) e Rondón. Técnico: César Farias
Gols: Kloker (contra) aos 10, e Osmar aos 12 minutos do primeiro tempo; Warley aos 38 minutos do segundo tempo.