Brasília – O Brasil está discutindo com ministros de Agricultura dos países do Mercosul a criação de um programa continental para o controle e combate a doenças em animais e a pragas vegetais.
O encontro do Conselho Agropecuário do Sul, que se reúne três vezes por ano, está sendo feito em Montevidéu, capital do Uruguai. Além do Brasil e do país anfitrião, estão presentes representantes do Paraguai, Argentina, Venezuela, Chile e Bolívia.
A idéia é que o programa seja implementado em regiões de fronteira. Na parte animal, a prioridade é a febre aftosa, que ataca rebanhos bovinos.
Em entrevista nesta quinta-feira (16) à Radiobrás, o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Luiz Carlos Guedes Pinto, afirmou que a reunião também visa integrar os setor público com o privado, como associações de produtores rurais.
Segundo ele, como o Brasil faz fronteira com quase todos os países da América do Sul, excetuando Chile e Equador, ?a integração das ações para o controle da circulação de produtos de origem animal e vegetal é de importância fundamental?.
Um dos mecanismos que poderiam garantir o sucesso da iniciativa, diz o ministro, seria a sistematização dos procedimentos entre os postos que ficam no lado de cada país.
?O Brasil se preocupa também com o transporte de animais entre os países vizinhos, pois o mercado internacional faz restrições à aquisição de carne de localidades vizinhas a locais onde algum foco de doença venha a acontecer?.
Para evitar danos aos países produtores, Guedes defende a adoção de um critério de regionalização na localização de rebanhos.
De acordo com ele, isso evitaria prejuizos como o ocorrido no Brasil com estados vizinhos ao Mato Grosso do Sul. Esses estados tiveram a compra de carne embargada por diversos países depois da ocorrência localizada de um foco de febre aftosa em três cidades do Mato Grosso.
O ministro informou que o Paraná foi declarado área livre da febre aftosa pelo Ministério da Agricultura, depois de ocorrência localizada da doença. A documentação nesse sentido está sendo preparada também em relação a Mato Grosso do Sul.
Os documentos devem ser apresentados no início de 2007, na reunião da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), órgão que reconhece internacionalmente a sanidade animal de rebanhos.
No encontro que termina amanhã também serão debatidos temas que estão em pauta da Organização Mundial do Comércio (OMC), além daqueles que serão analisados na rodada de Doha, prevista para ocorrer até o final do ano.