A Malásia, a Indonésia, a França, a Itália, a Alemanha e Bangladesh se comprometeram a enviar tropas para compor as forças de paz da Organização das Nações Unidas (ONU) que, espera-se, serão enviadas para o sul do Líbano nos próximos dias. O Nepal também está disposto a contribuir, e a Grã-Bretanha e os Estados Unidos prometeram apoio logístico.
Porém, o enviado israelense na ONU, Dan Gillerman, afirmou recentemente que era "difícil, se não inconcebível", aceitar que nações que não reconheçam o direito de existência de Israel nem tenham relações diplomáticas com o Estado judeu participem da força da ONU no Líbano. Ele fez a declaração após a Indonésia e a Malásia, dois países islâmicos que não reconhecem Israel, se comprometerem com o envio das tropas.
O chanceler da Malásia, Syed Hamid Albar, reagiu e disse que Israel não deve ter poder de veto sobre os países que querem participar das forças de paz. "Não vamos entrar em território israelense, vamos estar em território libanês," acrescentou ele ao retornar do Líbano.
A Malásia preside atualmente a Organização da Conferência Islâmica (OCI), que abriga 56 países. Na quinta-feira, a ONU recebeu promessas de 3.500 soldados para a força, com Bangladesh outro membro da OCI, fazendo a maior oferta, 2.000 tropas.
A França, que concordou em liderar a força, se comprometeu apenas em enviar um reforço de 200 soldados imediatamente ao Líbano. A ministra da Defesa francesa, Michele Alliot-Marie, defendeu a decisão alegando ser necessário um mandato mais definido do Conselho de Segurança da ONU. "Você não pode enviar homens dizendo a eles: ‘olhem o que está acontecendo, mas vocês não têm o direito de se defender nem de atirar", explicou.
A Itália decidiu hoje enviar tropas, mas o número só será definido nos próximos dias. A Alemanha ofereceu uma força tarefa marítima. A resolução da ONU que determinou o cessar-fogo entre Israel e Líbano pede por uma força para manter a paz e desarmar guerrilheiros do Hezbollah ao sul do Rio Litani. Entretanto, o governo libanês adotou na quarta-feira um mandato que prevê o confisco de armas do Hezbollah apenas se estiverem sendo carregadas em público.
Pelo menos 845 libaneses foram mortos nos 34 dias de guerra a partir de 12 de julho, sendo 743 civis, 34 soldados e 68 milicianos do Hezbollah. Do lado israelense foram mortas 157 pessoas – 118 soldados e 39 civis.