Os responsáveis por projetos de desenvolvimento local pertencentes a países lusófonos vão articular uma rede para trocar experiências e apoiar-se mutuamente. A idéia foi lançada na Expo Brasil 2005, exposição nacional e internacional sobre o tema que termina, neste sábado, em Fortaleza. Consultor do projeto, o português Francisco Botelho explica que a idéia surgiu na segunda edição da Expo Brasil, em 2004 em Belo Horizonte.
Segundo Botelho, o projeto ganhou forma com a participação de organizações como a Leader (programa da União Européia de apoio aos agentes do mundo rural), a Rede de Desenvolvimento Local Integrado e Sustentável (Dlis), que promove parcerias com o poder público, e a Rede de Informações para o Terceiro Setor (Rits), que é uma rede de informação virtual que reúne movimentos sociais brasileiros.
"Já temos interlocutores conhecidos e ações concretas a serem iniciadas e penso que estamos a dar os primeiros passos na concretização de ações de cooperação. Estamos tentando ser pragmáticos", diz ele, enquanto aponta na tela do computador a página do projeto na internet (www.cooperaremportugues.org).
Botelho explica que a página tem dois objetivos fundamentais: possibilitar informação sobre a intervenção do desenvolvimento local nos países de língua portuguesa e servir como ponto de contato para as relações entre essas experiências e esses países.
Além de Brasil e Portugal, mais três países lusófonos, com representantes na Expo Brasil 2005, aderiram ao projeto: Moçambique, Guiné Bissau e Cabo Verde. Botelho acredita que logo Angola, São Tomé Príncipe e Timor Leste também deverão integrar-se à rede. "Por que isso é importante? Porque estamos em quatro continentes, da Ásia à América do Sul, e portanto estamos isolados geograficamente. Esta plataforma digital não tem fronteiras, nem distâncias e pode ser partilhada por todos nós", diz o consultor.
O portal, que foi inaugurado hoje, ainda está em construção, mas terá informações sobre projetos e experiências de comunidades dos países e os meios para contato entre os interessados. Botelho lembra que, além da língua, também há muitos outros traços culturais comuns entre os lusófonos, o que abre possibilidades para a troca de experiências em campos como a agricultura.
A página na internet inclui também um glossário para ajudar no entendimento entre os usuários, já que, observa Botelho, "falamos a mesma língua, mas nem sempre entendemos o que o outro diz".
