Representantes dos ministérios da Saúde do Brasil e do Paraguai reuniram-se ontem (23), em Foz do Iguaçu, para  discutir e avaliar os programas da área de saúde e políticas públicas dos países da tríplice fronteira. Eles participaram do 2º Seminário Binacional sobre Conceitos e Percepções de Humanização nos Serviços e Ações de Saúde,  evento que faz parte das ações do Programa Saúde na Fronteira, da Itaipu Binacional.

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No encontro, foi criado um comitê formado por representantes da Itaipu Binacional, dos Ministérios da Saúde do Brasil e do Paraguai, da Organização Panamericana de Saúde e do Fundo das Nações Unidas para a Infância e Adolescência (Unicef),  para acompanhar a  melhor forma de unificar e melhorar as ações de prevenção e combate ao vírus da influenza (gripe) aviária na tríplice fronteira.  A partir de agora, o comitê se reunirá mensalmente para avaliar as semelhanças e diferenças nos planos de contingenciamento nos três países.

A Itaipu lançará um boletim informativo sobre os indicadores da saúde na área de fronteira. Nele, será mostrado e analisado o perfil das mortes por causa e faixa etária e  trará ainda dados sobre vacinação nesses  países. Para Sônia Lafoz, representante do Ministério da Saúde do Brasil, essas informações auxiliarão o trabalho dos gestores da saúde. "É um trabalho inédito, que servirá como ferramenta de gerenciamento da saúde."

Segundo o médico Luiz Carlos Sugmyama, consultor do Grupo de Trabalho Itaipu/Saúde, a pandemia de influenza – ou gripe aviária – é um tema muito sensível e preocupante para os gestores da saúde. "É preciso haver um trabalho de prevenção para evitar a possível contaminação de humanos por aves e, conseqüentemente, de humanos por humanos."

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Ele lembrou que, no primeiro caso, de contaminação a partir de aves, centenas de pessoas já morreram na Ásia. "Já o segundo caso [de contaminação entre humanos] pode ser catastrófico, pois a doença é letal. Nós queremos estar preparados para prevenir uma possível contaminação,  para não revivermos a problemática da gripe espanhola de 1918, que em menos de um ano matou milhões de pessoas."