País quer manter gás da Bolívia, mas a preço compatível

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, mencionou claramente o interesse do governo brasileiro de manter o abastecimento do gás da Bolívia, durante reunião com o chanceler daquele país, David Choquehuanca. O empenho, no entanto, está ligado à condição de que os preços a serem fixados na negociação bilateral sejam compatíveis com as atividades produtivas que utilizam o gás natural como insumo no Brasil.

Ele também reforçou a avaliação do governo brasileiro de que a Petrobras terá de ser ressarcida pelo patrimônio que deverá passar para as mãos do governo boliviano. Em contrapartida, Amorim insistiu que o governo brasileiro tem interesse em manter os canais de cooperação e as linhas de financiamento do BNDES a projetos de infra-estrutura na Bolívia que venham a ser conduzidos por empresas brasileiras. Amorim se encontra nesta tarde com o presidente da Bolívia, Evo Morales.

Amorim disse ainda que obteve do chanceler o compromisso de que os brasileiros em situação irregular na Bolívia receberão um tratamento "humanitário e civilizado" e não serão vítimas de "arbitrariedades". Esse tratamento foi assegurado principalmente aos cerca de 2 mil brasileiros que se estabeleceram como posseiros na região do Pando, na fronteira norte com o Brasil. Quando aos brasileiros que cultivam soja na região próxima ao Mato Grosso do Sul, Amorim afirmou estar mais tranqüilo porque suas propriedades são legais e produtivas e, em princípio, não seriam atingidas pela reforma agrária.

Durante a reunião com Choquehuanca, Amorim conseguiu também o aval do governo boliviano para a criação de um grupo bilateral de trabalho para acompanhar as questões relacionadas à terra e permitir que o governo brasileiro argumente em favor de seus cidadãos que venham a ser afetados pela reforma agrária.

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