A Política de Desenvolvimento da Biotecnologia, sancionada hoje (8) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, permitirá ao Brasil conquistar a auto-suficiência na produção de diversas vacinas nos próximos anos. Quem afirma é o secretário de Desenvolvimento Industrial do Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior, Antonio Sergio Martins Mello.
Coordenador do grupo que criou a política governamental para a indústria de biotecnologia, Mello diz que os investimentos em saúde serão uma das principais vertentes de desenvolvimento do setor. A gente pretende não apenas substituir as importações, mas garantir competitividade internacional para a biotecnologia brasileira, destaca.
Integrante do Fórum de Competitividade de Biotecnologia, órgão que desde 2003 elabora o modelo de desenvolvimento para a área, a professora do Instituto de Biologia da Universidade de Brasília (UnB) Sueli Felipe assegura que, somente nos próximos três anos, o país pode produzir sete tipos de vacina. Entre as doenças que passarão a ser prevenidas com capacidade nacional, estão a raiva humana, a meningite, a leishmaniose, a tuberculose e a gripe.
Segundo Sueli, essas vacinas estão em fase avançada de desenvolvimento. Ela diz que a nova política do governo, na verdade, pretende facilitar a produção. Atualmente, muitos medicamentos e vacinas são elaboradas sem condições de serem fabricadas em escala, avalia a professora. Agora, a gente pretende fornecer condições para que esses produtos cheguem população.
Além das vacinas, Mello afirma que o governo pretende dar impulso produção nacional de hemoderivados componentes do sangue utilizado em transfusões e cirurgias e insulina hormônio que controla a taxa de açúcar no sangue. O desenvolvimento de testes para diagnosticar doenças e de enzimas utilizadas em remédios também faz parte das ações previstas.Como a biotecnologia exige mão-de-obra qualificada, a capacitação de profissionais também terá destaque na nova política.