Ao contrário da euforia dos produtores e do governo com a perspectiva de produção recorde e crescimento na exportação do etanol, pesquisadores reunidos no 1º Simpósio Brasileiro de Mudanças Climáticas, realizado ontem no Rio, vêem com cautela a expansão da lavoura da cana-de-açúcar, por causa das implicações ambientais de longo prazo. Logo na palestra de abertura do evento, o físico Luiz Pinguelli Rosa, ex-presidente da Eletrobrás, alertou para o risco de o País voltar a ser uma "monocultura da cana’.

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Apesar de emitir menos gases causadores do efeito estufa, o etanol produzido a partir da cana também emite gás carbônico quando queimado. "É bom que os EUA saiam do álcool de milho, mais poluente, para o álcool da cana, mas temos de cuidar para não sermos pressionados a voltar a ser uma monocultura da cana", disse Pinguelli.

O agroclimatologista da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Eduardo Assad, demonstrou preocupação com o fato de os estudos de viabilidade para plantação de novos canaviais estarem se concentrando no sul do Mato Grosso, mais precisamente na região do Pantanal Mato-Grossense. "Etanol é muito bom, mas quando aparecerem as células de hidrogênio, fonte alternativa de energia que já vem sendo pesquisada nos países desenvolvidos, vamos perder mercado", disse.

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