País pode receber mais dólar com classificação da Fitch

O secretário do Tesouro Nacional, Tarcísio Godoy, disse que a facilidade de ingresso de dólares no Brasil está mais vinculada à melhora dos fundamentos da economia do que à taxa de juros. Embora reconheça que os juros têm impacto no sentido de atrair dólares, Godoy afirmou que o ambiente econômico benigno estimula o investidor estrangeiro a vir para o Brasil. Ele citou como atrativo para o investimento estrangeiros o surgimento de novos mercados, com a descoberta de fontes alternativas de energia.

Ele disse ainda que a credibilidade do País cada vez maior é um fator de atração e citou a elevação do risco brasileiro pela Fitch. "Outra vez, devem vir mais dólares", afirmou durante audiência pública na Comissão Mista de Orçamento, do Congresso Nacional.

Ao final da reunião, em entrevista coletiva, Tarcísio Godoy tentou amenizar o tom de suas declarações na Comissão, afirmando que os fundamentos da economia melhoram o ambiente para os investimentos, inclusive o estrangeiro e disse que a decisão da Fitch também vai na direção de atrair o investidor, evitando fazer uma associação direta com o dólar.

O secretário esclareceu que quando falou que a nova emissão externa em reais, com prazo de 20 anos, sairia com taxa inferior a 9% ao ano, estava se referindo à taxa de mercado vigente ontem para o papel. Mas ele disse que espera que a emissão de hoje tenha uma taxa muito inferior à vigente no mercado ontem. "Mas essa taxa só será divulgada no final do dia", reiterou Godoy, lembrando que o Tesouro tem se pautado por fazer emissões qualitativas e que, mesmo com a venda de novos papéis no mercado externo, o Tesouro vem fazendo recompra líquida de dívida externa, o que impacta as reservas negativamente e também reduz o ingresso de dólar no País.

Fazenda

O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Machado, afirmou que a decisão da Agência Fitch de elevar o rating do Brasil mostra que o País caminha para receber o investment grade (grau de investimento). "O caminho está muito claro", disse Machado, ao chegar ao Ministério da Fazenda. Segundo o secretário, os fundamentos da economia brasileira estão cada vez mais fortes, com aceleração da taxa de crescimento e redução da relação dívida/PIB

A uma pergunta sobre se a expectativa, agora, é de que outras agências acompanhem a Fitch, Machado foi cauteloso: "É só olhar para os fundamentos e aguardar que elas (agências) trabalhem e façam suas avaliações", disse.

Ele acrescentou que não só as medidas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) contribuíram para a melhora da percepção sobre o Brasil, mas também a divulgação delas pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, em recente viagem aos Estados Unidos, quando ele teve reuniões com agências de classificação de risco. "Não basta fazer, tem que divulgar", completou Machado.

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