País pode ficar vulnerável com novo câmbio, diz Heloísa

A senadora Heloísa Helena, candidata à Presidência da República pelo PSOL, disse hoje que o pacote cambial anunciado esta semana pelo governo, que possibilita aos exportadores manter parte dos dólares no exterior, "aumenta a vulnerabilidade externa do País". Ela fez a declaração neste sábado, durante campanha no centro de Osasco, na Grande São Paulo.

Ela afirmou que a permissão para o exportador deixar dólares no exterior é um risco para a segurança financeira do Brasil, que se tornará mais vulnerável a ataques especulativos externos. "No curto e médio prazos, haverá necessidade de elevar a taxa de juros, para que esses dólares possam retornar ao País", comentou. A candidata disse que "como o governo não tem coragem de alterar a política econômica, criou-se uma situação de jogar o exportador na condição de especulador".

Questionada sobre a situação da Previdência Social, a senadora acrescentou que "não há rombo na Previdência, como bem mostrou o Tribunal de Contas da União (TCU), na análise das contas do governo para 2005". Segundo ela, com a extinção da Desvinculação das Receitas da União (DRU) no fim deste ano, "existe, sim, a possibilidade concreta de ampliar o atendimento na área de Saúde e Previdência".

Heloísa Helena ressaltou que o relatório do TCU mostrou, com toda exatidão de dados técnicos, que não há rombo na Seguridade Social, "ela (a seguridade) será até superavitária, em cerca de R$ 52 bilhões, no fim de 2006, com a extinção da DRU", reafirmou a candidata. Ela rechaçou a informação de que o rombo na Previdência, no setor público e privado, cresce a cada ano. "Não é todo mundo que fala em rombo na Previdência, basta analisar com neutralidade os dados, como vez o TCU", garantiu.

A candidata acrescentou, ainda, que a reforma da Previdência pode ser realizada, desde que seja para "ampliar direitos da população". E citou, por exemplo, estender a aposentadoria para a dona de casa e a ampliação de direitos aos deficientes físicos.

Perguntada sobre o uso da máquina pública na campanha eleitoral, numa referência à liberação de recursos pelo governo para a região Sul, Heloísa Helena disse que "é ruim para a administração pública; uma demonstração de irresponsabilidade fiscal, social, administrativa e orçamentária".

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