O Brasil está no caminho certo para receber o grau de investimento – nível no qual só são colocados emissores de dívida com baixa probabilidade de dar calote – devido à adoção de políticas econômicas sólidas que visam o crescimento sustentado da economia, boa administração da dívida pública e redução expressiva da vulnerabilidade externa. A declaração foi feita hoje pela diretora de classificação de risco soberano da Standard & Poors (S&P) para América Latina, Lisa Schineller, em entrevista exclusiva à Agência Estado.

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Sem especificar um prazo para o País atingir tal nota, embora muitos analistas internacionais acreditem que isso poderá ocorrer já em 2008, Lisa embasou seu raciocínio com a continuidade dos últimos anos do combate severo à inflação, garantida pela preservação da autonomia operacional do Banco Central (BC)

Outro fator de destaque é o acúmulo recente das reservas internacionais que, para ela, é um componente essencial para a redução do passivo externo do País. A executiva afirmou também que o País está fazendo um bom trabalho na administração da dívida pública, exemplificando inclusive a emissão de ontem, de R$ 750 milhões na reabertura do título global 2028, com rendimento de 8,938% ao ano, o menor da história

A diretora disse ainda que o Brasil é um forte candidato a receber uma melhoria (upgrade) na nota de classificação de risco concedida pela S&P. Ela ressaltou que a evolução dos fundamentos econômicos do País sugerem que a nota pode subir num prazo inferior a um ano em relação à perspectiva positiva concedido em novembro

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"Em média, os países que recebem o outlook (perspectiva) positivo demoram um ano e três meses para conseguirem o upgrade. Mas como o Brasil está apresentando bom avanço dos seus fundamentos econômicos é possível que isso ocorra antes de 12 meses".