Ibiúna (AE) – O pai de Sandra Gomide, o aposentado João Gomide, depôs como testemunha das 10h10 às 10h45 desta Quinta-feira (4), no julgamento do jornalista Antônio Marcos Pimenta Neves, que assassinou sua filha em 2000. Gomide permaneceu calmo durante todo o depoimento – a primeira vez em que os dois se encontraram desde o crime. Pimenta parecia inconformado com as declarações do ex-sogro. "Ele era agressivo com a Sandra", disse o pai, referindo-se a xingamentos. Pimenta riu e fez que não com a cabeça.
O aposentado mencionou também um dia em que o jornalista foi ao apartamento de Sandra e a teria agredido fisicamente. A advogada do réu, Ilana Müller, interferiu, dizendo que essa questão já havia sido julgada e ele foi absolvido.
Durante as declarações de Gomide, Pimenta trocou de lugar, ficando entre os dois advogados. Assim que a testemunha saiu, o réu voltou a seu lugar, na ponta da mesa, à direita do juiz Diego Ferreira Mendes.
O aposentado relatou que Pimenta ameaçava Sandra, impedia que ela conseguisse emprego, andava armado e premeditou o crime. "Não consigo ver minha filha morta e o Pimenta livre… há seis anos. Isso não é Justiça nenhuma. Eu preferia estar na cadeia do que perder minha filha", afirmou. "Espero que a Justiça seja feita não por vingança, porque eu não sou vingativo. A pessoa tem que pagar por aquilo que fez. Só por que a pessoa tem dinheiro e eu não tenho?"
Perguntado pelo advogado de Pimenta, Carlos Frederico Müller, o que tinha a dizer sobre as declarações que fez no sentido de que, se o réu não fosse condenado, o mataria, Gomide disse que "isso era no passado" e que não tem mais essa vontade.
O julgamento prossegue agora com o depoimento de Deomar Setti, dono do haras onde aconteceu o crime. Ainda há várias testemunhas a serem ouvidas. À tarde, deve ocorrer o debate entre a acusação e a defesa. A expectativa é que o júri termine hoje à noite.