O governador Roberto Requião e o presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Mattoso, assinaram nesta quinta-feira (19), no Palácio Iguaçu, convênio que garante a transferência da arrecadação, do pagamento de fornecedores e da folha de pagamento dos funcionários da Sanepar para aquele banco que, em troca, pretende investir ainda mais nas obras de saneamento e abastecimento de água, construção de moradias populares e no desenvolvimento do Paraná.
?Esse convênio coloca o dinheiro da Sanepar nas mãos de um banco público, que é o que determina a Constituição Brasileira?, disse o governador, acrescentando que a tanto a Caixa Econômica Federal quanto o Banco do Brasil têm sido parceiros importantes do Governo do Paraná.
?Hoje mesmo assinamos convênio para a construção de casas populares em vários municípios, inclusive na zona rural. Aliás, neste governo, temos utilizado poucos recursos do Tesouro Estadual em habitação popular, porque a Caixa não nos tem faltado com os financiamentos. A Sanepar já recebeu da Caixa, durante o período de meu governo, R$ 518 milhões para obras de saneamento e abastecimento de água. Portanto, um parceiro interessante e que tem se comportado muito bem conosco?.
O governador Requião disse que só não transferiu antes as contas do Governo do Estado e empresas públicas para o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal por força de um contrato firmado pelo governo anterior e o Banco Itaú, com o aval do Banco Central, dando ao banco privado o direito de administrar as contas públicas por cinco anos a partir da privatização do Banestado. ?Completados os cinco anos, entreguei as contas do Estado para os bancos públicos, em cumprimento àquilo que determina a Constituição?.
Segundo ele, um banco privado chegou a oferecer R$ 1 bilhão pelo direito de gerenciar as contas do Estado. ?Mas não aceitamos. Resolvemos prestigiar antigos parceiros. Dinheiro público deve ficar em banco público, que tem funções claras como financiar habitação, saneamento e desenvolvimento. E, constitucionalmente, tem o privilégio de operar com prefeituras, Estados e a própria União. É evidente que vamos querer as melhores taxas. Disso não vamos abrir mão, afinal de contas temos o compromisso de defender e proteger os interesses dos paranaenses?.
Fusão Banestado/Bamerindus
Aproveitando a presença do empresário e ex-senador José Eduardo de Andrade Vieira, na solenidade de assinatura do convênio com a Caixa Econômica, o governador Roberto Requião revelou que, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, na condição de senador, chegou a propor ao então ministro da Fazenda, Pedro Malan, a fusão dos bancos Banestado e Bamerindus que, juntos e saneados, teriam condições de enfrentar em pé de igualdade os líderes do setor. ?O ministro aceitou a idéia de fusão, que não se consolidou porque contrariava muitos interesses. Os dois bancos foram privatizados e, com isso, caímos nas mãos de um banco privado que não nos dava a mínima satisfação?, afirmou.
Para o presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Mattoso, o convênio firmado nesta quinta-feira é ?o reconhecimento ao importante papel que os bancos públicos têm desempenhado no crescimento, no desenvolvimento da economia, da sociedade e da gente do Paraná. Ele informou que a Caixa investiu, em 2005, R$ 115 bilhões ou seja 6% do PIB nacional em diversas atividades econômicas do país. São recursos de natureza pública, da própria Caixa, do Orçamento Geral da União e FGTS. Deste montante, cerca de 7,3 bilhões foram repassados ao Paraná?.
Ele acredita que a assinatura do convênio vai com certeza ampliar os investimentos no Estado, como deseja o governador Roberto Requião. E um dos setores beneficiados pela medida é o ensino superior, tendo em vista que a Caixa Econômica Federal pretende patrocinar diversos eventos promovidos pelas universidades estaduais.
A solenidade de assinatura do convênio contou ainda com a presença do vice-governador Orlando Pessuti, do presidente da Sanepar, Stênio Jacob, do diretor financeiro da Sanepar, Hudson Calefe, do secretário da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Aldair Rizzi, do secretário do Desenvolvimento Urbano, Luiz Forte Netto, Heitor Wallace, diretor de Investimentos da Sanepar, Fábio Carnelós, superintendente do Escritório de Negócios da CEF em Curitiba e Luiz Claudio Romanelli, presidente da Cohapar.
