O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anuncia hoje o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que prevê investimentos públicos e privados de R$ 500 bilhões nos próximos quatro anos. Desses, R$ 300 bilhões sairão do Orçamento da União e das estatais. O restante virá da iniciativa privada.

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Só a Petrobras investirá 40% desse valor, aproximadamente R$ 120 bilhões, dos quais R$ 54,9 bilhões serão investidos neste ano. A estatal teve seu orçamento ampliado em R$ 7,5 bilhões na sexta-feira, para fazer frente aos projetos do PAC. ?Sem as estatais não se faz nada?, disse um técnico que trabalhava ontem nos últimos detalhes do pacote. Outros R$ 60 bilhões serão recursos do Orçamento da União.

A cifra de R$ 500 bilhões foi informada pelo ex-ministro e deputado federal eleito Ciro Gomes (PSB-CE), que esteve ontem no Palácio da Alvorada, na reunião de Lula com oito ministros, para uma última revisão do PAC. A magnitude foi confirmada pelo ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, ao final da reunião. ?É por aí?, comentou.

Um ministro disse à Agência Estado que o presidente tem sido muito enfático: tudo o que estiver no PAC é para sair do papel. Lula não quer anunciar só um conjunto de intenções, por isso mandou detalhar obra por obra, definindo metas de evolução para cada uma delas.

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?O grande esforço é não só acelerar o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), mas também os projetos de infra-estrutura?, disse a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, ao chegar ao Palácio da Alvorada no final da tarde de ontem. Além de Dilma, Ciro Gomes e Tarso Genro, participaram os ministros da Fazenda, Guido Mantega; da Integração Nacional, Pedro Brito; dos Transportes, Paulo Sérgio Passos; de Minas e Energia, Silas Rondeau; das Cidades, Márcio Fortes; e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan.

As medidas serão apresentadas por Lula ao Conselho Político e aos governadores a partir das 9 horas. Está programada para as 10 horas a cerimônia de lançamento do PAC. ?São medidas sólidas, para acelerar o crescimento econômico. Foram bem trabalhadas, bem amadurecidas e terão esse efeito?, assegurou Mantega. ?Certamente essas providências vão ter impacto na formação de um ambiente favorável de confiança para o crescimento?, comentou Ciro Gomes.

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Segundo Mantega, as medidas legais que compõem o PAC variam de emendas constitucionais a decretos. Parte do pacote dependerá de aprovação no Legislativo. ?O Congresso está fechado no momento. Todos as atos que forem possíveis sem a participação do Congresso Nacional serão assinados amanhã (hoje) pelo presidente e as demais medidas seguem quando o Congresso reabrir?, disse o ministro da Fazenda.