O relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), não vê motivos para, neste momento, convocar o presidente do PSDB, senador Eduardo Azeredo (MG), para depor sobre as denúncias de abastecimento de conta da campanha de 1998 ao governo de Minas Gerais com dinheiro do empresário Marcos Valério de Souza.
Reportagem publicada pela revista Isto É desta semana mostra que Marcos Valério teria pago uma dívida de campanha de Azeredo com o então tesoureiro Cláudio Mourão. Segundo a revista, a dívida era de R$ 700 mil e foi paga com um cheque de Marcos Valério da conta do Banco Rural.
Serraglio considera oportuno, entretanto, que o senador preste esclarecimentos à comissão, mesmo que por escrito, sobre as denúncias publicadas pela revista. "Não sei se seria o fato de convocar. Outra alternativa, neste primeiro momento, em relação a ele seria solicitar que explicasse, mandasse tudo que tem. Diante deste quadro novo, ele tem a oportunidade de nos informar", disse o relator.
O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio Neto (AM), disse que o presidente de seu partido não vai se furtar a prestar qualquer esclarecimento à CPMI. Sobre a permanência de Azeredo na presidência do PSDB, Virgílio disse que o assunto será discutido pelos tucanos para avaliar "a melhor transição" até o 18 de novembro, quando será eleita a nova direção do partido.
"O importante, agora, é ouvir o Azeredo e saber o que ele tem a dizer", acrescentou o senador. Ele ressaltou que o constrangimento com a situação parte tanto do PSDB quanto do senador Azeredo. "O senador está constrangido e sabe que o partido está tanto quanto ele", disse o parlamentar.