Osmar Serraglio diz que CPI pediu documentos contábeis da Usiminas

O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR) afirmou hoje, em Curitiba, que a CPI pediu os documentos contábeis da Usiminas para checar a movimentação financeira.

Segundo Serraglio, é possível que muitos recursos tenham sido direcionados para empresas do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, o que poderia indicar mais um caminho nas investigações. "Alguns deputados afirmaram que receberam recursos da Usiminas; ao mesmo tempo, a empresa nega; então, vamos cruzar os dados para saber a quem foi mandado o dinheiro e onde ele foi parar", disse.

Um dos indicativos de que os recursos tenham passado pelo "sistema Marcos Valério" é o fato de os deputados Romeu Queiroz (PTB-MG), Roberto Brant (PFL-MG) e João Magno (PT-MG) terem afirmado à comissão que receberam dinheiro da empresa.

"Pedimos urgência na liberação dessa documentação.

Queremos saber o movimento contábil desde os últimos cinco anos" afirmou.

O relator da CPI dos Correios viajou hoje à noite para Nova York e, em seguida, iria para Washington, acompanhado dos relatores-adjuntos, deputados Eduardo Paes (PSDB-RJ) e Maurício Rands (PT-RS), em busca de informações sobre outro investigado pela CPI, o publicitário Duda Mendonça. O objetivo da viagem, segundo Serraglio, é visitar a Promotoria Distrital de Nova York e o Financial Crime Enforcement para conseguir autorização com o objetivo de usar os dados que estão em poder do Ministério Público (MP) e da Polícia Federal (PF) sobre as movimentações bancárias de Duda Mendonça. "Infelizmente, informaram-nos que as pessoas que forneceram dados para a CPI do Banestado passaram por momentos ruins; então, vamos lá para mostrar que os objetivos são diferentes.

Além da investigação das contas, o publicitário deverá comparecer na próxima semana para prestar mais depoimentos. "Dessa vez, ele será convocado e poderá explicar melhor todas essas movimentações, fato que não ocorreu na primeira vez, quando ele esteve na comissão.

O relator da CPI rebateu as críticas de que receberia pressões para poupar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "O presidente é citado sim, mas numa situação próxima da omissão, pois ele soube das denúncias através do ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ). A partir daí, não sabemos o que foi feito.

Onde ele foi ou não omisso."

A CPI deve manter o calendário de convocações para a semana, mas não terá condições de investigar as transações de Furnas Centrais Elétricas. "Seria necessário o recolhimento de mais 171 assinaturas para que tivéssemos condições jurídicas de iniciar outra investigação", concluiu.

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