O relator da CPI dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), contestou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que afirmou, em entrevista ao programa ‘Roda Viva’, que nada foi provado contra o deputado José Dirceu (PT-SP). "Os depoimentos de Roberto Jefferson, Emerson Palmieri e Marcos Valério implicam o deputado José Dirceu com o esquema de distribuição do dinheiro, mostram que ele foi o vínculo entre o governo e o PT", disse Serraglio.

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Para o relator, os Códigos de Processo Civil e Penal dizem claramente que a prova pode ser obtida por intermédio de documentos, por testemunho e por perícia. "Não é preciso encontrar um documento no bolso do deputado José Dirceu. As testemunhas que ouvimos disseram que ele sabia do esquema do ‘mensalão’", disse Serraglio. "Para que alguém seja corrompido, é preciso que haja o corruptor. O deputado José Dirceu pode estar nesta última categoria ou na de tráfico de influência."

Ele não quis adiantar se no relatório final da CPI dos Correios acusará Dirceu de ser corruptor ou praticante de tráfico de influência. "Não sei ainda", disse Serraglio. O relator concordou com o presidente Lula na parte em que ele disse que Dirceu deverá ser cassado porque o julgamento na Câmara é político. "Mas é político mesmo. Se fosse de outra forma o processo não correria aqui, mas num tribunal", disse o relator.

Na entrevista ao "Roda Viva", Lula disse que Dirceu está fadado a ser cassado porque a pressão da opinião pública sobre o Congresso é muito grande. O presidente, no entanto, disse que não há prova nenhuma contra seu ex-chefe da Casa Civil. Provocado pelos entrevistadores, chegou a dizer que não veria impedimento algum em ser testemunha de defesa do deputado petista. Lula, no entanto, condenou o caixa 2. "O PT nunca poderia ter praticado coisas intoleráveis como o caixa 2", disse ele.

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