O Paraná será lembrado, e é bom que isso aconteça de parte do eleitorado, pela alentada contribuição de dois deputados federais eleitos pelo PMDB (José Borba) e PP (José Janene), para que o Congresso Nacional tivesse a mais desastrosa das legislaturas dos últimos tempos.
Eleito pela região oeste, o deputado José Borba chegou a exercer a liderança do PMDB na Câmara, mas foi abatido pelos rojões soltados pelo ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), ao ter o nome incluído entre os sacadores das contas do publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza. Prevendo a perda do mandato pela cassação inexorável, Borba renunciou antes de ser julgado pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, obviamente pensando na possibilidade de voltar a integrar a nominata de candidatos do partido.
Apesar do finca-pé do diretório estadual peemedebista na recusa de franquear a legenda para a nova candidatura de Borba, com o fito de evitar desgaste mais profundo e expor o partido a uma situação deplorável, o ex-líder na Câmara valeu-se de seus bons relacionamentos e descolou a vaga com o chamegão do líder da bancada federal, deputado Wilson Santiago.
Um chiste que o deputado Dobrandino Silva, presidente do PMDB estadual, está buscando extirpar da opereta momentânea, com a devida vênia do Tribunal Regional Eleitoral, a quem vai se pedir respeitosamente e de conformidade com os termos, a impugnação da candidatura de quem não soube – no exercício do mandato anterior – honrar as tradições e a história do partido que ainda acolhe José Sarney, Renan Calheiros e Ney Suassuna, entres tantos avestruzes.
O outro insigne figurante do Paraná na comédia de costumes protagonizada pela banda podre do Congresso é José Janene, exímio driblador que contornou todas as tentativas efetuadas pelo Conselho de Ética para julgá-lo, menos a última, do dia 13 de junho. Mesmo sofrendo uma cardiopatia congênita que o afastou do trabalho, Janene não perdeu a capacidade de desmoralizar o adversário com fintas inimagináveis e, agora, evolui no plenário de olho no recesso branco, crente que não haverá quorum suficiente para despachá-lo. Ninguém merece.