A Associação Internacional de Pilotos de Linhas Aéreas (Alpa, na sigla em inglês) divulgou boletim de alerta a seus membros para ?dificuldades de operação no espaço aéreo do Brasil?, enfatizando a questão do inglês dos controladores de vôo, que considera deficiente. Segundo o documento, a colisão do Legacy com o Boeing da Gol em 29 de setembro, que matou 154 pessoas, ?pôs em evidência várias questões associadas às operações no espaço aéreo que podem ter implicações significativas para a segurança do vôo?.

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No texto, que tem data de 29 de janeiro, a entidade recomenda – ?sem comentar a investigação em curso sobre o acidente? – a todos os pilotos que redobrem a atenção quando voarem no Brasil ou nas fronteiras do País. ?Pilotos acostumados a sistemas de controle mais eficientes podem não perceber a necessidade de esclarecer instruções, de não tirar conclusões nem confiar na comunicação com controladores. Da mesma forma, controladores podem não alertar pilotos que, sem querer, pediram uma altitude ou rota incorreta.

No caso da comunicação com operadores, a Alpa insiste que os pilotos devem usar só palavras e expressões previstas no código da Organização Internacional de Aviação Civil (Icao, na sigla em inglês). ?Como em muitas áreas onde o inglês não é a língua nativa, os controladores podem falar inglês limitado?, adverte. ?Os pilotos também devem ter consciência de que alguns controladores podem soar proficientes apenas por terem boa pronúncia.? Esse tipo de situação, em que o controlador não tem, de fato, domínio do inglês, ?pode exacerbar confusões causadas por mudanças em planos de vôo?.

A necessidade de checar todos os procedimentos é outra recomendação. O boletim aponta fragilidades do sistema brasileiro. ?Embora o uso de radares no controle de tráfego aéreo agora seja generalizado, a experiência dos controladores com seu uso ainda está se desenvolvendo. Isto pode provocar mudanças sutis em procedimentos.

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A Alpa diz que o boletim trata da relação entre piloto e operadores, mas as deficiências que levaram à sua publicação vêm da falta de controle e fiscalização do governo brasileiro sobre o controle de vôo.

Para William Voss, presidente da Fundação de Segurança no Vôo – organização sem fins lucrativos baseada na Virgínia, Estados Unidos -, os diálogos dos pilotos Jan Paladino e Joseph Lepore transcritos da caixa-preta do Legacy não devem ser tirados de contexto. Voss disse que é perigoso, diante de uma investigação criminosa, separar certas frases do contexto de comunicação com as torres e daquilo que os pilotos realmente fizeram no ar.

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Para Voss, parece ter havido dificuldades na comunicação entre a torre de controle de vôo em São José e os pilotos, por problemas de idioma.