Aris Messinis/AFP
“Nunca se cogitou proibir as vuvuzelas, e pedimos ao mundo inteiro que respeite nossa cultura”, declarou esta segunda-feira o Comitê Organizador Local (LOC, na sigla em inglês) da Copa do Mundo, um dia depois de o seu diretor ter feito declarações que esquentaram o debate sobre as polêmicas cornetas.
“(O diretor) Danny Jordaan não disse nada demais ontem; só disse que se as vuvuzelas fossem utilizadas com fins violentos, aí sim poderiam ser proibidas. Mas, até este momento, não é caso”, ressaltou nesta segunda-feira o porta-voz oficial do LOC, Rich Mkhondo.
Este último, questionado por jornalistas que expuseram as queixas dos narradores e comentaristas dos canais de televisão europeus, pediu “que os espectadores e os telespectadores do mundo inteiro aceitem nossa maneira de festejar o futebol”.
O debate sobre as vuvuzelas voltou com toda a força ontem, depois de o diretor do LOC, Danny Jordaan, ter dito que não descartava a possibilidade de proibir as cornetas de plástico, cujo barulho incessante incomoda várias seleções e jornalistas estrangeiros.
“Vamos nos mexer se um país inteiro se queixar, mas até agora só escutamos a televisão e os espectadores (reclamarem), e é um assunto que estamos acompanhando de perto”, havia declarado Jordaan em uma entrevista concedida neste domingo à BBC, respondendo a uma pergunta sobre uma possível proibição.
O porta-voz do LOC repetiu várias vezes estas declarações hoje. “Não há por que se preocupar muito com o que os estrangeiros pensam das vuvuzelas. Nada de proibições!”, declarou.
“Faz dez anos que as vuvuzelas são utilzadas nos estádios da África do Sul e agora já fazem parte da nossa cultura”. (…) (Entre os espectadores) “só uma minoria se queixa. Muitos compram como lembrança, mas também as usam nos estádios para festejar”, acrescentou.
Mkhondo admitiu que “este debate já havia começado na Copa das Confederações (2009) há um ano, mas nunca o LOC se propôs a fazer uma pesquisa para saber o que pensam o público e a imprensa estrangeiros”.
“E certo que a Copa do Mundo é um evento absolutamente universal, mas está sendo realizada na África do Sul e é preciso respeitar isso”, concluiu.
A imprensa da África do Sul informou nesta segunda-feira que um novo modelo da corneta, menos ruidoso, começará em breve a ser comercializado.
“Modificamos o tubo. Agora existe uma vuvuzela que tem 20 decibéis a menos que as anteriores”, declarou ao jornal The Star, Neil van Schalkwyk, da empresa Masincedane Sport.