Brasília, 21 (AE) – O ministro da Educação, Tarso Genro, garantiu hoje que sua pasta terá um orçamento em 2005 maior do que o de 2004. Mesmo sem revelar quantias, ele informou que o volume maior de recursos para a educação tem o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O acréscimo deve ser definido nos próximos dias.
“Não temos uma visão idílica, mas certamente a situação vai melhorar”, afirmou o ministro, depois de se reunir com representantes da União Nacional dos Estudantes (UNE), da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Educação Superior (Andifes), do Conselho Nacional de Educação e da Comissão de Educação da Câmara.
No encontro, representantes das entidades reivindicaram maior aporte de recursos para a educação, definidos no orçamento do próximo ano. “O orçamento anterior não é fruto da ação deste governo. Queremos ver, agora, qual é a importância da educação dada pelo novo governo”, afirmou o presidente da CNE, Roberto Bezerra.
Para representantes das entidades, é preciso tanto ampliar recursos para a educação básica quanto para implementar a reforma universitária.
“Não há como falar em reformas do ensino se os recursos que recebemos não são suficientes nem mesmo para custear o básico”, afirmou a presidente da Andifes, Ana Lúcia Gazzola. Para este ano, disse ela, foram destinados R$ 597 milhões e, há poucos dias, uma suplementação de R$ 76 milhões foi concedida. Pelos cálculos da presidente, para fechar 2004 sem dívidas seriam necessários mais R$ 44 milhões.
O ideal é que em 2005 fosse destinado à área R$ 1 bilhão segundo as contas da Andifes. Os números, porém, não foram apresentados ao ministro. “Queríamos um compromisso político. A reforma universitária prevê expansão de vagas, inclusão. É impossível seguir essas metas se não houver, por exemplo, recursos para apoio dos alunos. Sem recursos, a reforma é natimorta.” Para o ensino básico, o ideal, afirmam os representantes, é que o orçamento seja, pelo menos, multiplicado por três.
O ministro foi vaiado por um grupo de cerca de 50 estudantes, contrários à proposta de reforma universitária, durante evento sobre educação no Sistema Único de Saúde (SUS). Tarso disse que o protesto teve importância secundária, pois não foi unânime entre os jovens.
