A Opus Trading, uma das empresas invadidas pela Polícia Federal durante a Operação Narciso, na manhã de ontem (13), está em atividade há 16 anos; possui cerca de 20 funcionários em Maringá, a 450 quilômetros ao norte de Curitiba, e, segundo seu advogado, Daniel Borges, não tinha a Daslu em sua carteira de clientes. O mandado de busca e apreensão de documentos e equipamentos citava a razão social de outra empresa em investigação. O advogado, no entanto, não quis citar o nome desta empresa alegando que o processo, como especificava o mandado, corre em segredo de justiça.
A Opus Trading, disse o advogado, possui "dezenas" de clientes em todo o país. A empresa ocupa várias salas de um dos edifícios comerciais mais exclusivos de Maringá, o Aspen Trade Center, e possui filiais em São Paulo e Curitiba, escritórios em diversas cidades de fronteira e representantes na maior parte dos portos brasileiros e no de Montevidéu. A empresa diz possuir também armazéns em Maringá, Montevidéu e Miami.
A Opus oferece a seus clientes, entre outros serviços, contatos internacionais, geração de negócios, estabelecimento de parcerias, reembalagem e consolidação de cargas, recepção, conferência e distribuição de mercadorias importadas e até escola de segurança.
Um dos atrativos oferecidos pela empresa é a redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), já que ela é autorizada a operar na Estação Aduaneira do Interior de Maringá, uma espécie de zona franca. Este benefício fiscal é autorizado pelo governo do Paraná. Para o advogado da Opus Trading, a ação da PF foi "abusiva", uma vez que a empresa, segundo ele, age "dentro da legalidade" e "jamais se negaria a fornecer os documentos solicitados".