Oposicionistas reúnem-se para avaliar denúncias de ex-secretário do PT

Brasília – Representantes dos partidos de oposição reúnem-se amanhã (9), às 15 horas, na liderança do PSDB no Senado, para avaliar as denúncias feitas pelo ex-secretário geral do PT Silvio Pereira. A partir daí, os partidos poderão tomar uma posição única quanto ao assunto, informou o líder do PFL no Senado, José Agripino Maia (RN).

Segundo Agripino, os partidos convidados para a reunião foram o PPS, PDT, PV e Psol, além do presidente do PMDB, deputado Michel Temer (SP).

Para ele, o Congresso deve continuar investigando o suposto esquema de corrupção operado pelo empresário Marcos Valério de Souza, o chamado "valerioduto". O senador disse que o importante, agora, é ouvir na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos os esclarecimentos de Silvio Pereira.

Agripino não descartou a possibilidade de os partidos de oposição juntarem-se para criar uma CPI destinada a investigar exclusivamente as denúncias feitas por Pereira, caso o ex-dirigente petista compareça à comissão munido de habeas corpus do Supremo Tribunal Federal (STF). Sílvio Pereira fez as denúncias em entrevista ao jornal O Globo.

Já os governistas querem que as investigações sejam conduzidas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público. Quanto ao depoimento de Pereira, líder do PT no Senado, Ideli Salvati (SC), quer restringi-lo ao que está previsto no requerimento de convocação: esclarecimentos de conversas telefônicas mantidas entre ele e o advogado Rogério Buratti, ex-assessor de Antonio Palocci na prefeitura de Ribeirão Preto (SP).

O líder do governo no Congresso, senador Fernando Bezerra (PTB-RN), lembrou que as comissões parlamentares de inquérito têm um fato determinado para investigar. Por isso, ele entende que não caberia à CPI dos Bingos retomar as investigações feitas pelas comissões parlamentares mistas de inquérito dos Correios e do Mensalão sobre o pagamento de propina a parlamentares e partidos políticos feitos por Marcos Valério.

"Não são declarações de qualquer pessoa que vai fazer o Congresso investigar. O parlamento não é delegacia de polícia", disse Bezerra.

Na entrevista, Sílvio Pereira deu detalhes sobre um suposto esquema de arrecadação ilegal de dinheiro para o PT. Ele disse que a fonte dos recursos que foram "injetados" no partido tem origem em um pool de empresas, empenhadas em ganhar contratos com o governo e também em garantir o destino de emendas de parlamentares. Segundo as declarações de Pereira, o publicitário Marcos Valério serviria como um dos emissários da arrecadação ilegal junto a empresas de variados setores. O plano de Valério ainda incluía, segundo o petista, a arrecadação ilegal de R$ 1 bilhão.

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