A oposição já se articula para dificultar a vida do governo na votação da reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, marcada para quarta-feira (24). Segundo o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio Neto (AM), a estratégia dos tucanos, pefelistas e pedetistas é destacar cada uma das 290 emendas apresentadas ? e rejeitadas pelo relator ? ao texto da reforma e só se dar por vencidos se forem derrubados pelo voto dos membros da comissão. ?Tenho uma notícia muito ruim para o governo: a reforma da Previdência só vai para o plenário do jeito que está se nos derrotarem. Vamos votar emenda por emenda?, disse.
A base aliada do governo já alardeia a possibilidade de as mudanças no texto da reforma da Previdência serem feitas somente por meio das emendas de plenário. Nos planos do governo, o parecer do relator Tião Viana (PT-AC) deve ser aprovado sem mudanças. O problema para a oposição é que, apesar de o governo se mostrar disposto a alterar alguns pontos do texto, o parecer de Viana não traz nenhuma das alterações nem indicativos de mudanças.
O texto pode até ser mantido, porque o governo tem maioria na CCJ, mas o governo terá que trabalhar até encerrar a votação. A estratégia de destacar as emendas deve resultar somente na demora da votação, mas as chances de o placar não ser favorável para o governo são mínimas, porque o bloco de apoio ao governo no Senado, mais o PMDB e o PPS, somam 13 dos 23 votos da CCJ. Com a manobra da oposição, a votação, que começa na quarta-feira, deve entrar pela madrugada e, provavelmente, só será encerrada numa nova reunião da CCJ na quinta-feira.
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