A oposição reclamou, há pouco, da decisão do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), de suspender a sessão do Congresso sem votar requerimento apresentado pelo PFL propondo a prorrogação, por seis meses, dos trabalhos da CPI dos Correios. Renan alegou que era preciso fazer a conferência das assinaturas antes da leitura do requerimento. Com a leitura, a aprovação da prorrogação é automática.
"A decisão não é minha, é do Congresso", afirmou Renan após a sessão. "Regimentalmente, é preciso conferir as assinaturas. Depois da leitura, será prorrogado automaticamente". O líder do PFL na Câmara, deputado Rodrigo Maia (RJ), não aceitou os argumentos do presidente do Senado. "O governo está querendo ganhar tempo e não prorrogar hoje, mas não há como evitar a continuação dos trabalhos da CPI. Isto é manobra regimental", afirmou.
O líder do PSDB na Câmara, Alberto Goldman (SP), advertiu que, se não for aprovada a prorrogação da CPI, a oposição "vai impedir a votação de qualquer outra matéria". "É difícil entender o que o presidente Renan Calheiros fez. Ele tinha o requerimento e não quis ler", disse Goldman. "É estranho mas espero que o governo não repita a vergonha do que aconteceu quando tentou retirar assinaturas para inviabilizar a criação da CPI. E o presidente Lula ainda canta que não tentou impedir as CPIs, mas mentira tem perna curta".