Oposição pretende votar amanhã reconvocação de ex-presidente da Caixa

A tentativa da oposição arrastar para um depoimento no Senado o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, deve ter amanhã (25) um teste decisivo. O palco será a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos, onde a oposição pretende votar a reconvocação do ex-presidente da Caixa Econômica Federal (CEF) Jorge Mattoso. Os oposicionistas querem convocar Mattoso para aprofundar as investigações sobre a quebra de sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa, o "Nildo".

"O ideal é ouvir primeiro o Mattoso para ver se ele traz elementos que justifiquem a convocação do ministro Thomaz Bastos", afirmou hoje o senador Álvaro Dias (PSDB-PR), um dos integrantes da CPI. Dias afirmou acreditar que o ex-presidente da CEF poderá apontar um possível envolvimento do ministro da Justiça na violação do sigilo de "Nildo". "Até agora, só transferiram responsabilidades pela quebra do sigilo para subalternos. O Mattoso foi o único que apontou responsabilidade do Antonio Palocci (ex-ministro da Fazenda). Quem sabe ele agora não responsabiliza um outro superior", disse.

Para o articulador político do governo na comissão, senador Tião Vianna (PT-AC), não há motivos para Bastos retornar ao Congresso e explicar, novamente, o episódio da quebra de sigilo de "Nildo". "A tendência é que esse assunto esfrie. O ministro não tem motivo para vir ao Senado porque ele respondeu a todas as perguntas quando esteve na Câmara", afirmou.

Líderes da base aliada e até de oposicionistas avaliaram que uma nova ida de Bastos ao Legislativo só acontecerá caso surja um fato novo. Na semana passada, o ministro depôs por mais e oito horas na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara.

Depois da intervenção do governo na CPI, a oposição deixou de ter uma maioria tranqüila na comissão, notabilizada como "CPI do Fim do Mundo" por aprovar todos os requerimentos que causassem potencial dano à administração federal.

Além disso, o requerimento para que Bastos compareça ao Senado não será votado esta semana. A pauta da Casa está obstruída por três medidas provisórias (MPs). O requerimento é de autoria do líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM), que avisou ter ficado insatisfeito com o depoimento de Bastos e afirmou que insistirá na ida dele ao Senado.

Esta semana, o plenário do Senado deverá dedicar-se a votar apenas as três MPs que trancam a pauta. A mais importante é a que reajusta em 8% a tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) a partir de 1.º de fevereiro. As outras duas tratam de liberação de verbas para os Ministérios da Integração Nacional (R$ 80 milhões) e das Cidades (R$ 890 milhões).

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