Oposição muda o tom e exige saída de ministro da Fazenda

O ministro da Fazenda, Antonio Palocci perdeu hoje formalmente o apoio do PSDB e do PFL, que exigiram a sua demissão. O fim do namoro coincide com a escolha do candidato do PSDB à sucessão presidencial e o início da guerra eleitoral que será travada entre governo e oposição em outubro. O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), que sempre evitou a exposição do ministro na CPI dos Bingos, foi enfático: "Não vale mais o argumento de que a demissão de Palocci irá desestabilizar a economia". "Sua situação chegou a um ponto insustentável".

A oposição aposta no enfraquecimento do governo com a eventual saída de Palocci sem que isso cause turbulências à economia. Mesmo reconhecendo não sentir "nenhuma alegria" com a situação, o senador Arthur Virgílio acha que a renúncia de Palocci se impõe. "Ele não tem mais condições de negociar com o BID, parlamentares, empresários e banqueiros". Decepcionado, ressaltou que, às vezes, enfrentou até mesmo petistas ao defender Palocci.

"Aquele que depende, para a sua sobrevivência, do silêncio imposto pela força a um caseiro de 24 anos não é mais ministro", afirmou, referindo-se à liminar concedida ao PT pelo Supremo Tribunal Federal (STF), impedindo o depoimento do caseiro Francenildo Costa à CPI dos Bingos. "Não é mais ministro aquele que se cerca de tantas suspeitas e que, a todo momento, é desmentido por motorista, por caseiro, por reportagem de jornal e se refugia nas ligações com a oposição e com segmentos importantes da vida brasileira".

O líder do PFL, senador José Agripino (RN), disse que as denúncias foram se avolumando e que a oposição está apenas cumprindo com sua obrigação parlamentar de cobrar do governo. "Encheu o copo, não dá mais", afirmou. "Ele é o pinóquio do governo Lula", completou o senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT). Um dos mais críticos foi o senador Pedro Simon (PMDB-RS) que, no governo passado, já derrubou ministros com discursos contundentes no plenário. "Ou o ministro se afasta ou vamos nos esquecer de que, segunda-feira, começa a campanha, que vai estar nas ruas com a cara do ministro", afirmou Simon. Ele defendeu a saída temporária por 30 dias até à conclusão das investigações. "Afaste-se ministro agora e queira Deus que possa voltar em um mês com a imagem limpa".

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