O líder do PFL na Câmara, deputado Rodrigo Maia (RJ), considerou correta a decisão do presidente do Senado, Renan Calheiros. Para Maia, o mais importante, no momento, é instalar a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios. "Qualquer outro fato que for descoberto no processo da CPI tem que ser investigado", afirmou. O líder do PSB, Renato Casagrande (ES), afirmou que os partidos da base vão se reunir para discutir a decisão de Calheiros.
Ontem o líder do governo na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (SP), disse que a base aliada apóia a CPMI dos Correios se ela for considerada constitucional. "Vamos analisar o parecer do deputado Inaldo Leitão (relator do recurso contra a CPI) e, se estivermos convencidos de que sua proposta tem base na Constituição e na legalidade, vamos apoiar", destacou.
A idéia da oposição é que a Comissão Parlamentar de Inquérito dos Correios possa também investigar declarações do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) de que o tesoureiro do PT, Delúbio Soares, pagava uma mesada a deputados do PP e do PL em troca de apoio ao governo. "Queremos investir nessa CPMI dos Correios e fazer uma só", disse o senador José Jorge (PFL).
Para o líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), a CPI dos Correios pode alcançar as denúncias de Roberto Jefferson, mas disse que caso isso não ocorra, pode ser criada uma nova Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar o "mensalão". Segundo ele, já estão sendo colhidas assinaturas para a criação de uma CPI para investigar o pagamento de mesadas a deputados.
O presidente do Senado, Renan Calheiros, disse considerar errado instalar uma CPI no "mensalão" apenas no Senado. "É politicamente errado, equivocado que o Senado queira investigar a Câmara?, afirmou. Para ele, o ideal é que ela seja mista".