A oposição acusou nesta sexta-feira (29) o governo, o PT, o Ministério da Justiça e a Polícia Federal de terem segurado até o fim da campanha eleitoral do primeiro turno a divulgação das fotografias do dinheiro apreendido com os petistas Valdebran Padilha e Gedimar Passos. O dinheiro – U$ 248,8 mil e R$ 1,16 milhão, que totalizam R$ 1,75 milhão – seria usado para a compra do chamado dossiê Vedoin, que tentaria desmoralizar políticos tucanos no final da campanha, entre eles José Serra, candidato ao governo de São Paulo.
"Houve aí uma articulação do governo, do PT, do Ministério da Justiça e da PF para evitar que as fotos do dinheiro fossem mostradas ao público antes do fim do horário eleitoral", disse o senador José Jorge (PFL-PE), candidato a vice na chapa de Geraldo Alckmin. "Essas fotografias deveriam ter sido divulgadas desde o início, quando o dinheiro foi encontrado. Mas o governo sabia que o efeito na população pobre, que nunca viu tanto dinheiro na vida, prejudicaria a campanha do PT", atacou ainda José Jorge.
Ele respondeu ainda ao ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, que afirmou estar por trás da divulgação das fotos uma articulação do PSDB com a Polícia Federal. "Mas o que é isso? Nós não temos acesso à PF. Ela é do governo", disse Jorge. "Acho muito mais fácil ter sido uma articulação do presidente Lula com o Ministério da Justiça e PF. Seguraram durante 13 dias e só divulgaram quando não havia mais condições de segurar", disse ele.
Já o tucano Sérgio Guerra (PE), coordenador-geral da campanha de Alckmin, afirmou que as oposições estão confiantes na realização do segundo turno. "Seguraram para que as fotos não aparecessem no horário eleitoral do primeiro turno. Conseguiram. Mas no segundo turno nós vamos mostrá-las", disse ele.
Para Sérgio Guerra, a demora na divulgação das fotografias com a dinheirama deixou claro que o governo atuou forte para impedir que o público visse o monte de cédulas de real e de dólar. "Houve tentativa desesperada do governo e do Ministério da Justiça de controlar a investigação da Polícia Federal", disse. "Mas está prevalecendo a consciência profissional da PF. Como se diz: contra os fatos não há argumentos".