A oposição na Câmara derrotou a base do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, elegendo o deputado Aroldo Cedraz (PFL-BA) para a vaga de ministro do Tribunal de Contas da União (TCU). Cedraz, eleito com 172 votos, foi derrotado na eleição para deputado em outubro e é ligado ao senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), opositor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A eleição demonstrou que a base de Lula não está coesa.
Os partidos aliados do presidente fizeram uma eleição prévia entre os cinco candidatos indicados pela base para evitar a derrota para a oposição, mas não adiantou. O deputado Paulo Delgado (PT-MG) foi o escolhido pela base, derrotando na eleição prévia os deputados Luiz Antonio Fleury (PTB-SP) e Osmar Serraglio (PMDB-PR), o ex-deputado José Antonio Almeida (PSB-MA) e o secretário-geral da Mesa, Mozart Viana de Paiva, que, mesmo não sendo integrante da base ou da oposição, entrou na prévia porque foi indicado pelo PSC.
A eleição para o TCU é secreta. Paulo Delgado teve 148 votos, Gonzaga Mota (PSDB-CE) obteve 148 votos e o deputado Ademir Camilo (PDT-MG) recebeu 20 votos. Foram 6 votos brancos e 3 nulos, com 399 votantes. A eleição para a vaga de ministro do TCU passou a ser o cargo mais cobiçado na Casa depois das eleições de outubro. O cargo de ministro do TCU é vitalício com um salário de R$ 23.275,00, maior do que os R$ 12.847 pagos aos parlamentares.
Além disso, o salário é atrelado ao do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) – 95% do valor – o que significa garantia de que os vencimentos não ficarão defasados. Dos parlamentares que concorrem ao cargo, apenas Serraglio e Camilo conseguiram se reeleger em outubro passado.